Espanha estoura deficit e UE pode dar mais tempo para cumprir meta
A Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) estimou nesta sexta-feira que a Espanha estourou o limite do deficit público acima do previsto pelas instituições europeias. Devido às ajudas às comunidades autônomas e aos bancos, a previsão é de 10,2% do PIB.
A meta para o ano passado era de 6,3%. A estimativa é três pontos percentuais mais alta que a expectativa do governo espanhol.
Na quarta (20), o presidente de governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que o deficit estaria abaixo de 7%. Se confirmado, o número também deverá ser mais alto que o do ano passado, de 8,51%.
O Executivo europeu ainda prevê que a quarta economia da região também deverá ultrapassar a meta neste ano e em 2014. Para 2013, a estimativa é de 6,7% do PIB, acima da meta de 4,5%, enquanto no ano que vem terá alta, chegando a 7,2%, quase o triplo do alvo de 2,8%.
Devido aos números que estão longe do alvo pretendido, o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, admitiu que o bloco pode estudar relaxar as metas para a Espanha e dar mais tempo ao país para reduzir as diferenças entre as receitas e os gastos.
Mesmo com o resultado acima do esperado, ele afirmou que o país está tomando as medidas previstas pelos organismos europeus e que a estratégia orçamentária dos espanhóis pode se adaptar para poder alcançar as novas metas.
CRESCIMENTO
As previsões para o crescimento espanhol não são animadoras, mas ainda se mantém no nível esperado pelos europeus. O país ibérico deverá ter mais um ano de recessão em 2013, com queda de 0,9% no PIB, mas se recuperará em 2014, com alta de 0,8%.
Para efeito de comparação, a previsão para o mesmo período da zona do euro é de queda de 0,3% e alta de 1,4%. Na União Europeia, a estimativa é de crescimentos de 0,1% e 1,6% em 2013 e 2014, respectivamente.
Com a continuidade da retração econômica, o desemprego deverá atingir um novo recorde. A expectativa é que, no fim do ano, as taxas cheguem a 26,9%, a segunda maior da Europa, atrás da Grécia. Em 2014, espera-se redução para 26,6%. Em dezembro, a taxa alcançou 26,2%.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis