Novo premiê da Tunísia pede apoio e unidade para superar crise política
O novo primeiro-ministro da Tunísia, o ex-ministro da Defesa Ali Larayedh, pediu nesta sexta-feira apoio e unidade para conquistar a estabilidade a prosperidade e a democracia, após ser designado como o novo chefe de governo do país.
Ele foi nomeado pelo partido islâmico Al Nahda, que tem maioria no Parlamento, e substituirá Hamadi Jabali, que renunciou na terça (19) após não conseguir consenso para formar um governo técnico. A troca aconteceu em meio a uma crise política provocada pela morte do líder opositor Chukri Bel Aid, no dia 6.
"Nosso país precisa, nesta etapa, do esforço de todos para alcançar a estabilidade, a prosperidade e a democracia", disse, em breve discurso após ser empossado pelo presidente Moncef Marzouki.
O ex-ministro da Defesa terá 15 dias para formar seu gabinete. "Iniciaremos contatos para formar um governo novo que será o governo de todos os tunisianos e atuará sobre essa base, por considerá-los todos iguais em direitos e obrigações".
O novo presidente do governo tunisiano, que passou 17 anos preso durante a era do ditador Zine el Abidine Ben Ali (1987-2011), não deu detalhes sobre a formação da nova equipe e declarou que falará "das prioridades nacionais" em outra ocasião.
PROTESTOS
A troca de gabinete na Tunísia acontece três semanas após intensos protestos causados pela morte de Chukri Bel Aid, líder opositor liberal que era crítico ao governo do partido islâmico. A morte do adversário político foi o estopim para intensos protestos que culminaram na queda de Hamadi Jabali.
Horas após o incidente, o então primeiro-ministro sugeriu a formação de um governo totalmente composto por funcionários técnicos, o que desagradou aos partidos da oposição e o próprio Al Nahda. Após tentar duas semanas formar um governo, ele renunciou.
O partido do opositor Chukri Bel Aid é o segundo agrupamento da coligação de esquerda "Frente Popular pelos objetivos da Revolução", dirigida por Hama Hamami, líder do Partido dos Operários Comunistas de Tunísia (POCT).
Após a aliança opositora liderada por Nidá Tunis, do ex-primeiro-ministro Beji Caid Essebsi, a Frente Popular é considerada como a segunda força da oposição. Eles acusam o governo de apoiar grupos salafistas (radicais islâmicos), que estariam por trás de atos de terrorismo e perseguição política aos liberais.
A Tunísia foi o primeiro país do norte da África a derrubar uma ditadura durante a chamada Primavera Árabe, em 2011. O ditador Zine El Abidine Ben Ali, que governou o país por 23 anos, foi deposto em janeiro de 2011, após revolta popular.
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