Países anunciam ajuda de R$ 118 milhões à oposição síria
Os 11 países que apoiam a oposição ao ditador Bashar Assad, se comprometeram a fornecer "mais ajuda política e material" à oposição da Síria.
O grupo, conhecido como "Amigos da Síria", inclui os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália, a Turquia, o Egito, a Jordânia, a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos se reuniu nesta quinta-feira em Roma, e acrescentou que a ajuda de US$ 60 milhões (cerca de R$ 118 milhões) não incluirá armamentos.
"Os ministros prometeram mais apoio político e material à Coalizão [Nacional Síria], representante única e legítima do povo sírio, e fornecer mais ajuda concreta ao interior da Síria", escreveram os ministros em um comunicado após a reunião.
Jacquelyn Martin/AFP | ||
Líderes dos países que apoiam a Síria após reunião em Roma na qual foi anunciada ajuda de US$ 60 milhões para a oposição |
O secretário de Estado americano, John Kerry, prometeu ajuda direta, em forma de assistência médica e comida, enfatizando que os Estados Unidos estão "a favor de uma solução política" ao conflito entre os insurgentes e o governo.
"A coalizão da oposição pode conseguir fazer com êxito uma transição pacífica", disse.
Entretanto, o chefe da oposição síria, Ahmed Moaz al-Khatib, voltou a pedir, além de auxílio humanitário, armas para que os rebeldes possam se defender.
"Pedimos que os ministros se comprometam a obrigar o regime a aceitar os corredores humanitários", disse Al-Khatib, que relatou a situação pela qual passam cidades sírias, incluindo casos de torturas e assassinatos que terias sido perpetuados pelo regime.
O líder oposicionista fez novamente o pedido de que seja dada "ao povo revolucionário todos os meios para se defender".
Mais cedo, Kerry e Al-Khatib fizeram uma reunião a primeira entre os dois líderes.
O Departamento de Estado divulgou em sua conta no Twitter uma foto de Kerry e seus conselheiros sentados em uma mesa em frente a Al-Khatib e sua equipe.
CONFRONTOS
Os rebeldes sírios tomaram na madrugada desta quinta-feira o controle da mesquita Umayyad, no centro de Alepo, símbolo histórico e religioso da cidade, após a retirada das forças regulares das construções vizinhas, informou uma ONG.
"Os soldados do regime se retiraram da mesquita que agora está nas mãos dos rebeldes (...)", informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Construída no século oito e depois reconstruída no século 13, a mesquita foi devastada pelos combates desta semana, e o teto do museu desabou, segundo a organização.
Uma parte da mesquita já sofreu diversos danos no ano passado, após combates entre rebeldes e tropas do regime.
Uma das principais atrações do local eram as relíquias, que, segundo a tradição, pertenciam ao profeta Maomé, além da arquitetura do local.
Desde o início dos confrontos, em março de 2011, mais de 70 mil pessoas morreram na Síria, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Outros 5 milhões precisam de ajuda humanitária, incluindo 2 milhões de refugiados internos e 875 mil sírios que deixaram o país.
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