Egito marca novo julgamento de ex-ditador Mubarak para 13 de abril
A Justiça do Egito anunciou neste domingo que marcou para o próximo dia 13 de abril o novo julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular em janeiro de 2011. Ele foi condenado em junho à prisão perpétua, mas a pena foi anulada.
Mubarak está preso desde abril de 2011, aguardando o fim do julgamento. Os rebeldes que participaram de sua derrubada pedem que ele seja condenado à morte por liderar a repressão que causou a morte de dezenas de manifestantes, em janeiro de 2011.
Além do ex-ditador, outros membros de seu regime serão julgados. Dentre eles, o ex-ministro do Interior Habib al Adli, que foi condenado à prisão perpétua na sentença de junho, e outros seis funcionários da pasta, absolvidos.
As penas de todos os envolvidos foram anuladas em janeiro após um recurso aceito pelo Tribunal de Apelação. Na ação, a defesa justificou que a Promotoria não tinha provas suficientes contra o ditador e os integrantes do governo. A Promotoria entrou com outra apelação, pedindo a pena de morte dos réus.
Outros processos que também deverão ter decisão final no mês que vem são os dos filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, acusados de enriquecimento ilícito e por favorecer a exportação de gás a Israel por preços abaixo do mercado.
Além disso, também será repetido julgamento de Mubarak, seus dois filhos, Alaa e Gamal, e o empresário Hussein Salem - detido na Espanha - por crimes de enriquecimento ilícito e por favorecer a exportação de gás a Israel a preços abaixo do valor de mercado.
PRISÃO
Mubarak está preso em Tora, internado no hospital da cadeia com o estado de saúde frágil. Em julho, a situação se agravou e o governo chegou a anunciar sua morte, mas o ditador se recuperou. Seus dois filhos estão na mesma prisão.
Os julgamentos causaram intensos protestos dos partidários da revolução que derrubou o ditador, que se transformaram em confrontos violentos em alguns dos casos. O temor é que a decisão judicial seja mais um fator para agravar a instabilidade política do governo de Mohamed Mursi.
O atual presidente, de origem islâmica, passa por intensos protestos por abuso de poder e por aprovar uma Constituição baseada na lei islâmica, a sharia. Na semana passada, ele convocou eleições parlamentares, que foram convocadas para uma semana após o julgamento de Mubarak e foram boicotadas pela oposição.
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