Data de início do conclave papal causa impasse
Em meio a um impasse entre cardeais que querem iniciar o conclave rapidamente, e aqueles que preferem discutir os escândalos sexuais e suspeitas de corrupção antes da eleição, o Vaticano afirmou ontem que os religiosos começaram a debater abertamente qual deve ser o perfil do futuro papa para lidar com a crise atual da igreja.
O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, deu sinais de que os pontos polêmicos devem ser resolvidos antes do início do conclave, para tentar facilitar a escolha.
"É possível perceber, por parte do Colégio de Cardeais, a vontade de uma preparação adequada, séria, aprofundada, não apressada. Nessa situação, não é oportuno pôr em votação a data do conclave. Seria como forçar o processo de maturação", completou.
"Essa data está difícil de sair", disse ao site G1 o brasileiro Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida.
Lá dentro, a divisão acontece da seguinte forma: de um lado estão os italianos, que gostariam de iniciar já esta semana o processo de escolha do próximo pontífice.
De outro, cardeais dos Estados Unidos e da Alemanha, que querem saber exatamente o está acontecendo, antes de partir para a votação.
Reportagens do jornal "La Repubblica" desta semana, no entanto, afirmam que os cardeais estão irritados com respostas vagas de autores do relatório sobre o chamado "Vatileaks", que "fotografa lutas de poder e guerra interna na hierarquia eclesiástica". O escândalo refere-se ao vazamento de papéis de Bento 16.
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