Cardeais encerram quinta reunião sem definir data para conclave
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, informou nesta quinta-feira que terminou sem acordo sobre a data o conclave a quinta reunião da Congregação Geral, que antecede e prepara a votação que escolherá o sucessor de Bento 16.
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Data de início do conclave causa impasse
Segundo Lombardi, ainda falta chegar a Roma um cardeal com direito a voto na eleição do novo pontífice. É necessária a presença dos 115 cardeais votantes para que se possa definir a convocação do conclave. O único que falta é o vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Man, que deverá chegar no pequeno estado ainda hoje.
Ao todo, 152 cardeais, incluindo os 114 votantes, estavam na reunião, que deveria reunir os 207 cardeais, incluindo os maiores de 80 anos, sem poder de voto. Os clérigos voltarão a se reunir nesta tarde na Ala Nova do Sínodo, lugar das congregações gerais, que estão sendo realizadas desde a última segunda (4).
O representante do Vaticano também descartou que a primeira missa do conclave possa acontecer na próxima segunda (11), conforme previsão da imprensa. A previsão é que o pontífice seja escolhido antes do Domingo de Ramos, primeira celebração da Semana Santa, no dia 24.
IMPASSE
A data do conclave é motivo de impasse entre os cardeais, entre os que desejam uma eleição rápida e os que preferem uma avaliação dos escândalos do pontificado de Bento 16 antes de escolher o novo pontífice.
Na quarta (6), o Vaticano afirmou que os religiosos começaram a debater abertamente qual deve ser o perfil do futuro papa para lidar com a crise atual da igreja. O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, deu sinais de que os pontos polêmicos devem ser resolvidos antes do início do conclave, para tentar facilitar a escolha.
"É possível perceber, por parte do Colégio de Cardeais, a vontade de uma preparação adequada, séria, aprofundada, não apressada. Nessa situação, não é oportuno pôr em votação a data do conclave. Seria como forçar o processo de maturação", completou.
"Essa data está difícil de sair", disse ao site G1 o brasileiro Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida.
Lá dentro, a divisão acontece da seguinte forma: de um lado estão os italianos, que gostariam de iniciar já esta semana o processo de escolha do próximo pontífice.
De outro, cardeais dos Estados Unidos e da Alemanha, que querem saber exatamente o está acontecendo, antes de partir para a votação.
Reportagens do jornal "La Repubblica" desta semana, no entanto, afirmam que os cardeais estão irritados com respostas vagas de autores do relatório sobre o chamado "Vatileaks", que "fotografa lutas de poder e guerra interna na hierarquia eclesiástica". O escândalo refere-se ao vazamento de papéis de Bento 16.
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