Maduro prestará hoje juramento como presidente interino da Venezuela
Nicolás Maduro será empossado hoje, às 19h locais (20h30 de Brasília), presidente interino da Venezuela, informou na noite de quinta-feira (8) o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
"Convocamos para o dia de amanhã, às sete da noite, no Salão de Honra da Academia Militar da Guarda Nacional, uma sessão especial para que preste juramento o companheiro Nicolás Maduro como presidente interino da República", disse Cabello.
Cabello destacou que o até então vice-presidente "fará a convocação de eleições de acordo com a Constituição, no prazo de 30 dias".
Chávez, morto na última terça (5), indicou Maduro como seu sucessor e presidente interino até a realização de eleições, às quais concorrerá como candidato governista.
Cabello afirmou que o governo está agindo de acordo com o desejo de Chávez e como determina a Constituição.
"Estamos fazendo o que disse o presidente" Chávez.
SUCESSÃO
De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello é quem deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.
Reeleito em 7 de outubro de 2012, Chávez deveria ter se apresentado para a cerimônia de posse no Legislativo em 10 de janeiro, como determina a Constituição.
Em janeiro, enquanto Chávez estava internado em Cuba –e impossibilitado de tomar posse– o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) autorizou que a cerimônia acontecesse posteriormente, no próprio organismo. Dessa forma, o o TSJ avaliou que, ainda que sem posse, já há um novo mandato em vigor.
Somente se Chávez tivesse tomado posse, caberia a Maduro, de acordo com a Constituição, assumir a presidência e convocar novas eleições em até 30 dias.
VELÓRIO
Desde a manhã desta quinta, milhares de pessoas enfrentam filas quilométricas, com duração de até dez horas, para poder ver o corpo do mandatário por alguns segundos.
Os restos mortais do presidente chegaram à capela da Academia Militar na noite de quarta (6) e, desde então, formaram-se longas filas de aliados para se despedir do mandatário, muitos deles de vermelho (cor símbolo do chavismo) ou com fotos e bonecos de Chávez.
A Venezuela decretou luto oficial de sete dias. Outros 11 países também determinaram luto, que variou de um a sete dias –Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Haiti, Irã, Nicarágua, República Dominicana e Uruguai.
CORPO
Segundo pessoas que passaram pelo caixão, o corpo de Chávez foi vestido com um terno verde-oliva, cor de sua farda, e gravata preta, além da clássica boina vermelha que o acompanha desde quando era militar. Os visitantes dizem que o rosto dele tem expressão serena.
Os seguidores dizem que é possível ver metade do corpo pelo vidro, sendo que a bandeira venezuelana cobre o resto. Além da roupa, foi colocada uma faixa vermelha escrito "Milícia", em referência ao grupo de 120 mil civis que ele formou para o golpe de 1992.
MORTE
O chefe da guarda presidencial, general José Ornella, disse à agência de notícias Associated Press que Chávez pediu que não o deixassem morrer, horas antes de não resistir a um infarto. O infarto teria decorrido de complicações causadas pelo câncer na região pélvica, que o deixou internado por três meses antes de morrer, na tarde de terça (5).
Ele disse que o último pedido do dirigente foi feito apenas com os lábios, porque não podia falar.
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