Papa Francisco fará cerimônia mais curta e sem latim
Em mais um gesto simbólico do papa Francisco, a missa inaugural desta terça-feira (19) terá uma série de alterações com o objetivo de deixá-la mais curta e simples. A cerimônia reunirá dezenas de milhares de fiéis e terá a participação de 31 chefes de Estado, entre os quais a presidente Dilma Rousseff.
A principal mudança se refere à leitura do Evangelho, que deixará de ser lido em latim. A língua morta vinha sendo revalorizada pelo antecessor, Bento 16.
A leitura só será em grego, língua que simboliza da "unidade das igrejas do ocidente e do oriente", conforme explicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, nesta segunda-feira (18).
Outras mudança serão uma procissão mais curta e a promessa de obediência, que será feita por seis cardeais --o de Bento 16 teve 12 cardeais.
"O papa ama uma certa espontaneidade", afirmou o porta-voz, em seu briefing com a imprensa. Ele aconselhou os jornalistas a não ficar preso apenas ao texto da homilia que será distribuída antes por escrito, já que ele tem improvisado nas falas.
Antes da missa Francisco passeará de papamóvel pela praça de São Pedro, para saudar os fiéis.
Desde que foi escolhido, na quarta-feira passada, Francisco tem dado vários gestos de que fará uma papado com menos pompa e protocolo em relação a Bento 16. No dia em que foi escolhido, por exemplo, recusou a limusine para ir de ônibus da basílica aos seus aposentos, juntos com os cardeais.
Nesta segunda-feira, o papa recebeu a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que o presenteou com mate e cuia de chimarrão.
"Nunca um papa me beijou", disse a mandatária na saída do encontro, segundo a imprensa argentina.
Para a cerimônia desta terça, chamada oficialmente de "inauguração do ministério petrino do bispo de Roma", vieram 132 comitivas de países e organizações. Várias religiões cristãs enviaram representantes, além de muçulmanos, judeus e budistas.
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