Obama inicia visita anticlimática a Israel
Barack Obama começa hoje uma visita inédita como presidente dos EUA a Israel, com expectativa baixa de uma retomada no processo de paz com os palestinos.
Mesmo assim, o governo israelense vem se preparando para a ocasião em grande estilo. Cerca de 15 mil policiais estarão a postos, parte deles nos arredores do hotel King David, onde o presidente irá se hospedar. Diversas ruas vão ser interditadas.
A administração americana e as lideranças israelenses e palestinas têm dito, nas últimas semanas, não esperar nenhum gesto significativo em direção à paz.
A relação entre a Casa Branca e o premiê Binyamin Netanyahu é distante. Obama é um crítico da política israelense de assentamentos em territórios palestinos.
Em entrevista ao israelense Canal 2, o presidente disse que vai a Jerusalém para ouvir ambos os lados, e não para liderar as negociações.
Analistas interpretam a posição americana como uma nova abordagem, depois das tentativas sem frutos durante o primeiro mandato de Obama de fazer avançar as negociações.
Obama cometeu grandes erros no início de seu governo, ignorando o que foi feito pela administração anterior, disse à Folha Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
BATERIA
O presidente deve chegar ao meio-dia (7h em Brasília) ao aeroporto Ben Gurion e será recebido com pompa, circunstância e mísseis.
O governo trouxe ao aeroporto, especialmente para saudar Obama, uma das baterias do Iron Dome (domo de ferro), sistema construído para interceptar foguetes disparados contra Israel.
A engenhoca servirá como exemplo de um dos temas centrais da visita do presidente americano, a segurança. Ele deve discutir, em encontros com autoridades israelenses no país, a ameaça iraniana à região.
Por sua vez, o governo israelense sinalizou ter a intenção de pedir que Washington se comprometa a impedir a transferência de armamentos do governo sírio para o Hizbollah, no Líbano.
A agenda inclui visitas à Cisjordânia, além de ao Yad Vashem (memorial global do Holocausto) e ao Museu de Israel, onde Obama verá os manuscritos do mar Morto.
Ele não fará um discurso ao Parlamento, porém. Em vez disso, conversará com estudantes universitários, amanhã, no que deve ser o ponto alto de sua visita. Na sexta-feira, Obama segue rumo à Jordânia, onde deve se encontrar com o rei Abdullah e visitar as ruínas de Petra.
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