Fukushima registra novo vazamento de água radioativa
A empresa que opera a central de Fukushima, no Japão, informou nesta quinta-feira um novo vazamento de água radioativa, desta vez em operações de bombeamento destinadas a esvaziar um tanque subterrâneo defeituoso.
De acordo com a Tokyo Electric Power (Tepco), 22 litros vazaram para a terra. Este é o quarto informe de problemas nos reservatórios na última semana.
A Tepco, que tenta recuperar o líquido, reconheceu na última quarta-feira (10) a gravidade dos vazamentos de água contaminada registrados nas últimas semanas e prometeu atuar para esvaziar os tanques defeituosos.
A água radioativa procede do resfriamento dos reatores danificados por um tsunami, em março de 2011.
A água parcialmente descontaminada e reciclada para continuar esfriando o combustível, mas existe um excedente que ainda é muito radioativo e deve ser armazenado antes de passar a um segundo dispositivo para descontaminar, que atualmente está sendo examinado.
VAZAMENTOS
Na última terça-feira (9), a controladora da usina informou que mais um vazamento havia sido encontrado nas instalações.
A empresa havia anunciado no sábado (6) que 120 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque de superfície que ajuda a resfriar os reatores.
No domingo (7), detectou elementos radioativos na água acumulada entre o solo ao redor do tanque e a capa externa de um revestimento impermeável no fundo de um dos depósitos, que fica a 800 metros do oceano. A empresa, porém, considera pouco provável que a água radioativa possa chegar ao mar.
TRANSFERÊNCIA
Na quarta-feira, o presidente da Tepco, Naomi Hirose, disse que até o começo de junho a empresa elétrica vai transferir para tanques reforçados toda a água contaminada que está em poços improvisados.
Atualmente, a empresa possui 933 tanques de aço reforçado, com capacidade de 1.100 toneladas. De um total de sete poços revestidos de cobertura plástica, cinco ainda contêm água tóxica.
ACIDENTE
Desde 2011, houve diversos casos de vazamentos nos reservatórios e especialistas dizem que a água com resíduos radioativos também escapa pelo sistema subterrâneo de resfriamento. Os cientistas também afirmam que os níveis de radiação estão elevados nos peixes da região.
O acidente na usina japonesa foi o desastre nuclear mais grave desde a destruição da usina de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986. O terremoto e o tsunami destruíram os geradores de emergência e o sistema de refrigeração. Dos quatro reatores, três foram prejudicados.
O acidente provocou vazamento de material radioativo no solo e no lençol freático da região. Cerca de 160 mil pessoas foram desalojadas da região, sem previsão de volta.
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