Menina de 5 anos estuprada por 2 dias mostra sinais de melhora, diz médico
Uma menina de 5 anos que foi estuprada por dois dias e mutilada por um homem de vinte e dois anos em Nova Délhi nesta semana se encontrava "estável e mostra sinais de melhora", informou neste domingo (21) o responsável do hospital onde ela está internada.
A vítima está sendo tratada no melhor hospital público da capital indiana devido aos ferimentos internos causados durante seu sequestro por um vizinho, funcionário de uma loja de roupas. Ele foi detido ontem, a 1.000 km da capital.
"Está estável e mostra sinais de melhora", disse o chefe dos médicos do hospital, D.K. Sharma. "Está consciente e fala com os pais, médicos e enfermeiras, e se pode dizer que seus dias não correm perigo."
O suspeito, Manoj Kumar, seria um inquilino do mesmo prédio onde a menina mora, segundo a imprensa. Após sequestrá-la na segunda-feira e mantê-la presa durante 40 horas, estuprando-a e torturando-a, ele fugiu e detido pela polícia na casa de seus sogros, no Estado de Bihar, no leste da Índia.
DENÚNCIA
"Délhi em cólera sai às ruas", dizia o jornal "Sunday Pioneer", na capa da edição deste domingo, sobre uma multidão que se reuniu diante do principal posto policial da cidade devido a denúncias de que, inicialmente, a polícia indiana teria rejeitado registrar a denúncia e pedido à família da menina que não informasse o caso à imprensa em troca de 2 mil rúpias (R$ 70).
O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, emitiu um comunicado no qual censurou a atuação das forças da ordem e prometeu "ações estritas" e "completa assistência" à menina.
Ele chamou o comportamento da polícia "completamente inaceitável" e transmitiu às autoridades "a necessidade de uma ação mais rigorosa possível ser tomada contra os funcionários que erram", informou o gabinete do primeiro-ministro.
Raveendran/AFP | ||
Indianos protestam com cartazes contra o governo e a polícia de Nova Délhi, em frente à sede da polícia local, contra o estupro |
PROTESTOS
Ativistas de direitos humanos e autoridades disseram que os pais da menina foram à polícia na segunda, mesmo dia em que a garota desapareceu, mas a polícia se recusou a registrar o caso. Os pais da menina são trabalhadores da construção civil pobres que haviam migrado para a cidade há alguns anos em busca de trabalho.
"A polícia não fez nada. Eles não registraram queixa, o primeiro passo antes de começar as investigações", disse ontem Ranjana Kumari, ativista dos direitos das mulheres e cientista social. "Esse crime hediondo poderia ter sido evitado se a polícia tinha começado as investigações imediatamente."
A polícia não comentou as acusações.
RECORRENTE
O incidente ocorreu quatro meses após o estupro fatal de uma mulher dentro de um ônibus, também em Nova Deli, que provocou indignação em toda a Índia e estimulou o governo a aprovar leis duras para crimes contra as mulheres --incluindo a pena de morte em caso de reincidência ou de ataques de estupro que levam à morte da vítima.
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