Casa Branca permanece cética quanto ao uso de armas químicas na Síria
Os EUA não confirmam que o regime sírio de Bashar Assad usou armas químicas contra civis durante a guerra civil em curso contra insurgentes, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carner.
A declaração de Carney foi feita após a afirmação de Israel de que as forças governistas teriam usado esse tipo de armamento repetidamente no conflito, que já dura mais de dois anos.
Os EUA haviam declarado que o uso de armas químicas pela Síria faria com que o regime de Assad cruzasse uma "linha vermelha" que poderia deflagrar uma intervenção direta de forças estrangeiras. Segundo Carney, a aferição do emprego dessas armas é difícil de ser feita, e que o governo americano se mantém cético quanto aos relatos de seu uso.
Apesar da desconfiança, o secretário de Estado, John Kerry, pediu à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), também nesta terça (23), que se prepare para uma resposta à possível manobra de Assad.
Israel acusou a Síria pela primeira vez pelo emprego de armas químicas, baseando-se em evidência visual, segundo a Inteligência do país, contra insurgentes no mês passado.
Funcionários da Inteligência ocidental haviam alertado para o uso de armas químicas em 19 de março. Os governos britânico e francês comunicaram confidencialmente a ONU, na semana passada, ter evidências de ataques químicos em Aleppo, Homs e possivelmente Damasco.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse estar "extremamente preocupado" com o uso de mísseis de longo alcance e a possibilidade do uso de armas químicas, mas afirmou que a aliança está pronta para se defender em caso de ataque a um dos seus 28 membros.
Dentre os integrantes da entidade, estão a Turquia que em dezembro recebeu uma série de baterias de mísseis Patriot para proteger a região de fronteira. A área recebia constantes bombardeios vindos da Síria, incluindo um que deixou cinco mortos na cidade de Akçakale, em outubro.
Apesar da situação deteriorada, agentes da Otan consideram virtualmente impossível que a aliança intervenha na situação. Mais de 170 mil civis já morreram no conflito, segundo a ONU, e forçou o deslocamento de mais 1 milhão.
Com informações de DIOGO BERCITO, de Jerusalém
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