Israel e palestinos fecham acordo para vistoria da Unesco a Jerusalém
Israel e as autoridades palestinas entraram em acordo, nesta terça-feira (23), para facilitar a visita de uma missão técnica da Unesco com o objetivo de inspecionar e preservar o patrimônio cultural da cidade antiga de Jerusalém.
O acordo foi estabelecido após mediação dos EUA e da Rússia, com participação de outros países, incluindo o Brasil. Como contrapartida para facilitar a visita em 19 de maio, cinco resoluções a respeito de Israel serão adiadas.
Essas cinco medidas, ao lado do anúncio palestino de que buscaria reconhecimento na Unesco, vinham travando a visita acordada no apelidado "plano de ação de Brasília". A Unesco é o órgão das Nações Unidas para educação, ciência e cultura.
O projeto da visita havia sido negociado em 2010, em Brasília, durante reunião anual do comitê do patrimônio mundial e após a mediação entre palestinos, israelenses e jordanianos.
As cinco resoluções que dificultaram a concretização da visita incluem a rampa de acesso ao Monte do Templo, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza.
"A posição do Brasil é acreditar que sempre há espaço para o diálogo", diz à Folha a embaixadora Maria Laura da Rocha, delegada permanente do Brasil junto à Unesco. "Visitamos as delegações, ouvimos os limites de cada um e o que é mais importante a eles."
A cidade antiga de Jerusalém inclui os locais sagrados do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. Estão lá, por exemplo, o Muro das Lamentações, a Igreja do Santo Sepulcro e o Domo da Rocha.
Israel adquiriu o controle de Jerusalém Oriental em 1967, após a Guerra dos Seis Dias. Para entidades da comunidade internacional, esse é um território ocupado.
As relações entre Israel e a Unesco foram danificadas em 2011, quando o órgão votou a favor de reconhecer os palestinos como membros plenos.
Os EUA cortaram, nessa ocasião, sua contribuição anual à Unesco, que correspondia à época a 22% do Orçamento da instituição.
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