Queda das importações provoca superavit na zona do euro em março
A queda de mais de 10% nas importações em um ano fez com que a zona do euro registrasse saldo positivo na balança comercial em abril. O superavit comercial fechou em € 22,9 bilhões (R$ 59,5 bilhões) no mês passado, segundo dados do Escritório Europeu de Estatísticas (Eurostat).
Apesar da queda das importações, a região ficou estagnada em relação às exportações, em um sinal de que a crise da dívida pública continua a afetar a produção nos integrantes do euro. A região está em recessão há seis trimestres seguidos, após retração de 0,2% do PIB no primeiro trimestre.
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Em relatório divulgado nesta quinta, a Eurostat informou que as exportações fecharam em € 165,8 bilhões, apenas € 200 milhões a mais que no mesmo período do ano passado. Quanto às importações, elas passaram de € 158,2 bilhões para € 142,9 bilhões, uma queda de 10%.
Em comparação a março, as exportações aumentaram 2,8% e as importações registraram contração de 1%. A baixa nas compras do exterior são reflexo do crescimento fraco ou da recessão nas principais economias da zona do euro.
Os maus resultados de Alemanha, França, Itália e Espanha contribuíram para a queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Eurostat divulgados na quarta (15). O percentual foi o mesmo da queda da França, que, com isso, entrou em recessão técnica.
Maior economia da região, a Alemanha cresceu apenas 0,1%, também abaixo das expectativas do mercado. Na Itália e na Espanha, a queda foi de 0,5%. No conjunto da União Europeia, com o resultado dos outros dez membros do bloco que não usam o euro, houve crescimento de 0,1%.
INFLAÇÃO
A queda dos preços na Alemanha e na França levou a inflação ao consumidor na zona do euro para uma mínima de três anos em abril, em dados confirmados sobre a alta de preços. O índice, divulgado no fim de março, foi de 1,2%, abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE).
A maior influência nos resultados veio do setor energético, que teve queda de 1% em abril. Os preços na Bélgica, Alemanha, Grécia e França caíram em abril ante março, e a Grécia permaneceu em território deflacionário pelo segundo mês.
Mas a queda dos preços também destaca que as famílias não estão gastando e que as empresas não estão investindo, afetando o ritmo de uma recuperação que poderia surgir mais tarde neste ano. A baixa inflação contribuiu para que o BCE cortasse a taxa de juros da região, chegando ao mínimo histórico de 0,5%.
A instituição europeia também tem aumentado os prazos de aplicação das medidas de austeridade e redução do deficit público em países como Espanha, Itália, Grécia e França, de modo a incentivar formas de aumentar o crescimento nessas economias.
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