Dilma anuncia revisão de US$ 900 mi em dívidas de países africanos
A presidente Dilma Rousseff fez dois agrados neste sábado aos líderes da União Africana, o clube de presidentes do continente que se reuniram para celebrar 50 anos do organismo em Adis Abeba, na Etiópia.
Dilma se irrita com falta de organização de cúpula africana
Prometeu perdoar ou reestruturar quase US$ 900 milhões em dívidas de 12 países africanos com o Brasil e anunciou o fortalecimento da Agência Brasileira de Cooperação, que passará a coordenar as estratégias de comércio e investimento para a África.
Ela participou como convidada do evento e deveria fazer um discurso grandioso, mas foi prejudicada pela falta de organização.
Foi chamada ao palco 1h30 após o horário previsto, em meio a um apagão. "Eu não vou lá!", desabafou, defrontada com a escuridão e o plenário esvaziado, segundo captou uma câmera de TV.
Mudou de ideia e acabou lendo um discurso genérico, em português sem tradução, seguido com desinteresse por menos de 100 pessoas, a maioria jornalistas.
Roberto Stuckert Filho/Reprodução/PR | ||
De vermelho, a presidente Dilma Rousseff aparece na foto oficial da cerimônia pelos 50 anos da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia |
Antes, ela havia detalhado os dois agrados que fez aos integrantes da União Africana --presidentes eleitos, ditadores e alguns procurados por crimes de guerra.
O objetivo, com o perdão da dívida, é dar condição jurídica para que o governo financie empresas brasileiras que queiram participar de projetos na África. Já a ABC ganhará a função de coordenação de todas as ações de assistência e comércio junto a países africanos e latino-americanos.
Fundada em 1963, a União Africana participou de esforços de paz em países como Sudão e Somália, mas tem falhado em assegurar a estabilidade do continente.
Na plateia, neste sábado, havia líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue (há 33 anos no poder), Omar al-Bashir, do Sudão, e Uhuru Kenyatta, de Quênia --esses dois últimos indiciados por promover violência política pelo Tribunal Penal Internacional.
Kenyatta ainda participou de uma reunião bilateral com a presidente Dilma, pela manhã.
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