Putin diz que Rússia ainda não entregou mísseis antiaéreos à Síria
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que o país ainda não enviou os mísseis de longo alcance S-300 à Síria. Na semana passada, o regime de Bashar al-Assad afirmou que já teria recebido a primeira entrega do armamento.
Os mísseis são capazes de derrubar aviões estrangeiros e dificultariam uma intervenção militar estrangeira no país, que há mais de dois anos enfrenta combates entre aliados do ditador e rebeldes. O fornecimento das armas é previsto em contrato assinado entre Moscou e Damasco em 2007.
Em entrevista coletiva, o mandatário russo afirmou que o acordo ainda não foi executado, embora tenha dito que continuará a cumprir os contratos de envio de armas à Síria. "Estes contratos não violam nenhuma norma internacional e são cumpridos exclusiva e plenamente com base no direito internacional".
Putin ressaltou a qualidade das armas russas, dizendo que o S-300 é um dos melhores sistemas de defesa antiaérea do mundo. "Com certeza é o melhor e, obviamente, é uma arma séria. Não queremos alterar o equilíbrio da região".
No mesmo diálogo, que aconteceu após um encontro entre representantes russos e da União Europeia, o chefe de Estado disse que uma intervenção estrangeira na Síria estaria condenada ao fracasso. "Uma ação externa causaria irremediavelmente graves consequências humanitárias".
Mesmo com a presença de representantes da UE, ele criticou o fim do embargo do bloco regional ao envio de armas ao país árabe, o que permitirá com que países como França e Reino Unido forneçam armamento aos rebeldes sírios.
A Rússia é a principal aliada do regime de Bashar al-Assad no conflito na Síria. Desde março de 2011, quando começaram os combates entre forças do governo e opositores, o país vetou três resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o ditador.
A falta de sanções internacionais foi um dos motivos que contribuíram para o aumento da violência que, em pouco mais de dois anos, deixou mais de 70 mil mortos, segundo a ONU. Grupos de ativistas afirmam, no entanto, que este número já estaria próximo dos 100 mil.
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