Prêmio de Jornalismo a Chávez causa polêmica na Venezuela
O Prêmio de Jornalismo venezuelano 2013 foi concedido ao presidente Hugo Chávez --morto em 5 de março, em decorrência de complicações causadas por um câncer na região pélvica-- sob uma saraivada de críticas do sindicato da categoria, que rejeitou "categoricamente" nesta quinta-feira que a distinção seja entregue a quem não é profissional de comunicação.
"Rejeitamos que o Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar 2013 seja concedido ao falecido presidente Hugo Chávez, que foi responsável pelo fechamento de inúmeros veículos de comunicação durante sua gestão governamental (como a RCTV e 33 emissoras de rádio), deixando dezenas de colegas sem emprego", critica o comunicado do Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela.
Em 2007, o governo de Chávez não renovou a concessão do canal de variedades RCTV, que mantinha uma política de confrontação com o governo. A oposição considerou a decisão como o primeiro fechamento de um meio de comunicação durante a gestão Chávez.
O comunicado argumenta ainda que "em mais de uma ocasião o falecido chefe de Estado ridicularizou publicamente os jornalistas", quando lhe faziam "perguntas incômodas".
O Prêmio Nacional de Jornalismo foi anunciado na última quarta-feira (5). Lil Rodríguez, ex-presidente da TVes, canal que recebeu a concessão no lugar da RCTV, e membro do júri do prêmio, justificou a decisão "pelo estímulo que [Chávez] deu aos veículos públicos e populares do país durante sua gestão de governo", informou a agência de notícias estatal AVN.
O prêmio deve ser entregue à família do de Chávez em 27 de junho, quando se celebra o Dia Nacional do Jornalista na Venezuela.
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