Jornalistas discutem sobre contatos com delator de monitoramento
Os jornalistas do "Guardian" e do "Washington Post" que fizeram as revelações sobre o monitoramento de dados de telefones e internet feito pelos Estados Unidos divergiram na segunda-feira sobre as revelações e os contatos com Edward Snowden, que assumiu ser o delator.
Em nota no site do "Washington Post", Barton Gellman afirmou que começou a conversar com Snowden em 16 de maio, três semanas antes das primeiras revelações, na última quinta (6). O delator usava o pseudônimo "Verax" que, em latim, quer dizer "o que diz a verdade".
Na ocasião, Snowden disse a Gellman que tinha outros jornalistas que conheciam a história do monitoramento e que eles também estavam em risco. Eles voltaram a entrar em contato no dia 24, quando foi sugerido um plano de publicação.
Segundo o jornalista, o delator sairia dos Estados Unidos e as apresentações de PowerPoint que mostravam o conteúdo do programa PRISM, de monitoramento de sites de internet, seria publicado 72 horas depois. Ele diz que Snowden ainda pediu a publicação online de uma série de dados criptografados.
Gellman não deu nenhuma garantia de publicação e o delator disse que "lamentava não ser possível manter esse projeto de forma unilateral". Ele disse que, depois disso, ele fez contato com Glenn Greenwald, blogueiro do britânico "Guardian", que fez as revelações.
Na madrugada de quinta (6), a publicação britânica publicou as informações sobre o monitoramento dos registros dos telefones dos clientes da operadora americana Verizon e, durante a tarde, as informações sobre o Prism. O "Washington Post" a publicou 20 minutos depois.
Em mensagem no Twitter, Greenwald disse que as conversas que teve com Snowden começaram antes das com o jornalista do "Washington Post". Na semana passada, o repórter do "Guardian", que mora no Rio, foi a Hong Kong para fazer a entrevista com Snowden, que foi revelada no domingo (9) pelo jornal britânico.
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