Análise: Deixando a ideologia de lado, muitos admiram a América
A única certeza na eleição iraniana é que o mundo espera que quem chegue à Presidência adote políticas diferentes. Mas a satisfação está longe de ser garantida.
Sob o sistema político híbrido vigente no Irã, os candidatos presidenciais precisam passar pelo crivo do teocrático "líder supremo".
Os reformistas iranianos ainda estão enfraquecidos, e seus dois candidatos em 2009 seguem em prisão domiciliar.
O establishment iraniano se esforçou muito para prevenir protestos em massa do tipo que, quatro anos atrás, explodiram após a eleição contestada --entre outras razões porque, desde então, o mundo assistiu às revoltas árabes, além da turbulência na vizinha Turquia.
As restrições impostas à internet e à mídia nacional e estrangeira fazem parte dessa estratégia preventiva.
O próximo presidente, porém, vai enfrentar um conjunto familiar de problemas domésticos e internacionais urgentes. O maior é a economia, prejudicada pelas sanções cada vez mais rígidas impostas pelos EUA para aplicar pressão devido à paralisação das negociações nucleares.
A economia enfrenta problemas estruturais graves e de longa data que foram agravados pelas sanções, embora seja tabu traçar uma conexão direta entre as coisas.
As trocas de farpas entre os candidatos principais com relação a esse ponto foram cifradas, mas inconfundíveis. Está claro, contudo, que a grande questão é o isolamento do Irã no mundo.
Foi notável o fato de o ministro do Exterior, Ali Akbar Salehi, ter declarado que esperava por uma melhora das relações com os EUA. Isso lembra que, deixando a ideologia revolucionária de lado, muitos iranianos ainda admiram a América.
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