Ex-vice-presidente Dick Cheney defende programas de espionagem dos EUA
O ex-vice-presidente americano Dick Cheney defendeu neste domingo os programas de espionagem de comunicações dos Estados Unidos, que saíram à luz nos últimos dias, ao afirmar que eram necessários para evitar ataques. Ele também descreveu o ex-agente da CIA que os revelou como um "traidor".
Cheney desempenhou um papel-chave no governo do ex-presidente George W. Bush, que desenvolveu e aprovou os programas de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.
"A razão pela qual começamos com isto é que tínhamos sido atacados, um ataque pior que o de Pearl Harbor", afirmou Cheney à emissora "Fox News".
A preocupação, acrescentou, era que eventuais ataques usassem "armas mais mortais, entre elas nucleares e biológicas".
"Se você considera a possibilidade de alguém contrabandear uma arma nuclear dentro dos Estados Unidos, se torna muito importante recompilar material de inteligência sobre os seus inimigos e deter o ataque, inclusive antes de ser lançado", disse.
Apesar de defender o monitoramento, Cheney disse que o presidente Barack Obama "não tem credibilidade".
Em documento do diretor nacional de inteligência, James Robert Clapper, a senadores, ele afirma que os programas para espionar usuários de internet e grampear telefonemas evitaram "dezenas de ataques terroristas" --dentre eles um atentado contra o metrô de Nova York em 2009.
Segundo o texto, menos de 300 registros telefônicos foram monitorados em 2012.
Nos três últimos dias, Facebook e Microsoft foram as primeiras empresas acusadas de envolvimento no esquema de vigilância a divulgar as demandas feitas pelo governo para obter dados de usuários.
O Facebook disse ter recebido pedidos sobre informações de até 19 mil usuários no segundo semestre de 2012. No caso da Microsoft, foram até 32 mil clientes.
Com relação às críticas contra os programas, Cheney disse: "Existe a ideia que de alguma forma obtivemos informação pessoal sobre a tia Fanny ou Chris Wallace ou quem quer que seja". Mas "não é verdade, não é como funcionam", assegurou.
Para Cheney, Edward Snowden, um americano de 29 anos ex-funcionário da CIA, terceirizado da NSA, que revelou a existência dos programas e está em Hong Kong, é um "traidor".
"Penso que cometeu crimes e que violou acordos, em vista da posição que ocupou", acrescentou.
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