Praça no Cairo tem ao menos 91 casos de estupro em 4 dias, diz Human Rights Watch
Ao menos 91 mulheres foram estupradas nos últimos quatro dias em meios aos protestos na praça Tahrir, no Cairo, disse ontem em relatório a ONG Human Rights Watch, que urgiu as autoridades a conter a escalada.
"Esses são crimes sérios que estão impedindo as mulheres de participar plenamente na vida política do Egito nesse momento crítico do desenvolvimento do país", disse Joe Stork, subdiretora para o Oriente Médio, na nota.
Segundo a ONG, o grupo egípcio Operação Anti-Violência Sexual, que disponibiliza um telefone para vítimas, disse ter confirmado 87 casos entre os dias 30 e 2. Outro grupo de apoio a mulheres relatou 5 casos no dia 28 de junho.
Ao menos quatro mulheres precisaram de atendimento médico. Uma delas teve de passar por uma cirurgia após ter sido estuprada com um "objeto cortante", diz o texto.
A nota da HRW diz que casos de estupros cometidos por indivíduos e grupos tem sido reportados desde novembro de 2011 -quando a polícia desistiu de policiar a praça Tahrir para evitar confrontos com manifestantes.
O texto da ONG também protesta porque policiais e médicos estariam divulgando o nome das vítimas sem consentimento.
Há um relato de uma das vítimas, a musicista Yasmine El Baramawy, 30, que disse ter sido estuprada em novembro de 2012 enquanto outros homens assistiam a cena e filmavam com celulares.
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