México vai às urnas em meio a onda de violência
Um ano após a vitória de Enrique Peña Nieto, que marcou a volta do PRI (Partido Revolucionário Institucional) à Presidência, o México volta amanhã às urnas, em eleições municipais. Até agora, a pauta tem sido a violência contra políticos e jornalistas.
Só na última semana, foram assassinados o presidente do conselho estatal do esquerdista PRD, em Oaxaca, e o marido de uma candidata a deputada pelo PRI. No mês passado, morreu ainda o candidato do PRI em Guadalupe, Jaime Orozco. Em várias localidades, os principais partidos retiraram seus candidatos temendo a violência.
Segundo Sergio Aguayo, professor do Colegio de México, as mortes se dão devido a enfrentamento de caciques (chefes regionais) e narcotraficantes. Desde 2006, há um confronto aberto entre o governo e os cartéis.
Os dados oficiais contabilizam 60 mil mortos desde que o problema começou. Entidades de direitos humanos dizem que o número é maior.
Segundo o poeta e militante Javier Sicília, que perdeu um filho assassinado pelo narcotráfico, já chega a 100 mil o número de vítimas.
"O PRI não solucionou o problema. Em vez disso, prefere fazer pacto com os cartéis para que haja menos mortes e a imagem do país não seja tão danificada internacionalmente", disse à Folha o sociólogo Roger Bartra.
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