Empresa não acredita em falha mecânica em acidente aéreo nos EUA
O presidente da Asiana Airlines, Yoon Young-doo, disse neste domingo que a empresa não acredita em falha mecânica no Boeing 777 da empresa que sofreu um acidente ao pousar no aeroporto de San Francisco, nos Estados Unidos, na manhã de sábado.
A cauda da aeronave e uma das asas foram destruídas com o impacto da queda, que aconteceu enquanto o piloto tentava pousar. O voo 214 saiu de Xangai, na China, e fez uma escala em Seul, na Coreia do Sul, antes de ir aos Estados Unidos. Das 307 pessoas a bordo, pelo menos duas morreram e 171 ficaram feridas.
Acidente no aeroporto de San Francisco
O controlador da companhia aérea disse que abriu investigação para determinar a causa do acidente. Embora tenha dito que não acredita em falha nos motores ou no aparelho, Yoon não culpou os pilotos que, segundo ele, tinham mais de 10 mil horas de voo em Boeings 777.
Também descartou que o acidente tenha sido causado por negligência da empresa e disse que não houve aviso de emergência antes do pouso. Ele ainda pediu desculpas aos passageiros, às famílias e à população sul-coreana pelo acidente.
A Asiana é a segunda maior companhia aérea sul-coreana, atrás da Korean Air, e voa para mais de 100 destinos nacionais e internacionais, a maioria deles no hemisfério Norte.
Segundo a empresa, estavam no avião 141 chineses, 77 sul-coreanos, 61 americanos e um japonês. Não há informações sobre as nacionalidades dos outros passageiros. Deles, 49 foram levados ao hospital em estado grave e outros 132 com ferimentos leves.
Os dois mortos são cidadãos chineses, cujo sexo não foi confirmado pelas autoridades americanas ou pela companhia aérea. A imprensa chinesa diz que são duas adolescentes de 16 anos, que estavam em um grupo que seguia para um acampamento de férias nos Estados Unidos.
"MUITO BAIXO"
Apesar de o presidente da empresa não ter citado a hipótese de falha humana, testemunhas e passageiros dizem que o avião estava voando muito baixo na hora do pouso.
"Eu percebi que o piloto estava sobrevoando muito baixo e muito rápido e, de alguma maneira, não iria atingir a pista a tempo porque estava voando muito baixo. Ele chegou a acelerar e tentou subir de novo, mas foi muito tarde", afirmou o americano Benjamin Levy, que viajava no avião, à emissora de televisão NBC.
"Ele se preparava para pousar quando acelerou subitamente e começou a subir o nariz. Depois, as máscaras de oxigênio começaram a cair e senti um cheiro horrível. Quando eu saí, o fundo do avião estava destruído e a cozinha havia desaparecido", disse o chinês Xu Da, à emissora CCTV.
Baseado no relato de testemunhas, o especialista em acidentes aéreos da Universidade do Sul da Califórnia, Mike Barr, disse à agência de notícias Associated Press que a cauda do avião deve ter quebrado quando tocou o muro de proteção que existe no aeroporto para evitar que as aeronaves caiam no mar.
Questionado sobre os relatos de que o piloto acelerou enquanto caía, Barr afirmou que ele deve ter tentado arremeter no último minuto, quando percebeu que estava muito baixo.
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