China tenta evitar que chuva piore situação em zona do terremoto
As equipes de resgate continuam nesta terça-feira com as tarefas de atendimento médico e mudança de desabrigados na área afetada pelo terremoto de 6,6 graus de magnitude na escala Ritcher, que deixou pelo menos 94 mortos na Província chinesa de Gansu, perante a ameaça de fortes chuvas que podem piorar a situação.
Os esforços se centram na retirada de 226.700 pessoas, que serão encaminhadas para assentamento em áreas seguras. Segundo as autoridades locais, 52 mil casas foram totalmente destruídas e 240 mil tiveram danos graves.
Outro fator que complica a recuperação é que a região sofreu fortes inundações nas últimas semanas que, se continuarem, poderão provocar deslizamento de terras.
Segundo o diretor do Escritório Sismológico de Gansu, Wang Lanmin, a maioria das casas que ficaram destruídas eram de adobe, forma rudimentar de alvenaria, que não resistem a fortes terremotos.
O epicentro do tremor foi na cidade de Dingxi, com quase 2,7 milhões de habitantes, a 20 quilômetros de profundidade. No entanto, a maioria das mortes ocorreu nas comarcas rurais localizadas ao sul da cidade, onde as construções são menos resistentes.
As autoridades locais informaram que encontraram mais cinco corpos nesta terça, elevando para 94 o número de mortos. Mais de mil pessoas ficaram feridas, sendo a maioria idosos e crianças.
Zhu Xueqiao, uma mulher que vive na cidade de Majiagou, perdeu três de seus netos. "Os adultos da família estavam no pátio e não conseguiram salvá-los", disse, em entrevista ao jornal "China Daily".
AJUDA
Na segunda (22), o governo chinês enviou cerca de dez mil tendas de campanha e 30 mil lençóis. No entanto, o vice-prefeito de Dingxi diz que as provisões não são suficientes.
Para ele, seriam necessárias mais 14 mil tendas e 24 mil lençóis, além de comida, água potável, remédios e geradores elétricos para enviar às zonas mais afetadas.
Nesta ocasião, e ao contrário do mortífero terremoto de Sichuan em 2008 --com mais de 90 mil mortos--, não foram registradas vítimas em escolas da zona devido às férias de verão.
O oeste da China é uma zona com frequente atividade sísmica devido a sua proximidade com as placas tectônicas Euroasiática e Índica. Em abril de 2010, um terremoto de 6,9 graus na província ocidental de Qinghai (planalto tibetano) deixou quase 2.700 mortos.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis