Catedral de Santiago sofre vandalismo em ato a favor de aborto no Chile
Um grupo de manifestantes invadiu na noite de quinta-feira a Catedral Metropolitana de Santiago, no Chile, durante um protesto de centenas de pessoas contra a proibição do aborto. O grupo entrou na catedral durante uma missa e destruiu equipamentos e estátuas do templo.
Os pedidos para a revisão da lei, aprovada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), aumentaram após uma menina de 11 anos dizer em uma entrevista que gostaria de dar a luz à uma criança que foi gerada após ela ter sido estuprada pelo padrasto.
Carlos Vera /Reuters | ||
Policiais tentam segurar manifestante na Praça de Armas de Santiago, no Chile, após invasão à Catedral Metropolitana |
No país, qualquer tipo de interrupção da gravidez é proibida, mesmo se o feto estiver morto ou se a mãe foi vítima de estupro. Nesta quinta, milhares de manifestantes foram ao centro da capital chilena em protesto contra a proibição.
Em um momento, cerca de 300 pessoas entraram no templo católico, onde ocorria uma missa em referência a são Tiago, padroeiro da cidade. A interrupção aconteceu durante a homilia, quando paredes foram pichadas, enfeites foram quebrados e alguns bancos jogados na vizinha Praça de Armas, a principal da cidade.
A polícia interferiu e houve confronto, que terminou com dois manifestantes presos. Nesta sexta, o presidente Sebastián Piñera repudiou o ataque, que obrigou o fechamento da catedral construída no século 18 para reparos.
"Isso significa falta de respeito com os direitos dos outros. Eles são intolerantes e se contradizem em relação às próprias visões", disse o presidente, que se opõe à mudança da lei e elogiou a menina estuprada "por sua maturidade".
Além do presidente, o Senado chileno rejeitou as alterações na lei no ano passado, o que foi criticado por grupos de direitos humanos e militantes da esquerda. A ex-presidente Michelle Bachelet, primeira colocada nas pesquisas eleitorais chilenas, é favorável ao aborto em caso de estupro, que é legal no Brasil.
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