66 islamitas são mortos e 700 ficam feridos em madrugada violenta no Egito
Foram mortos 66 islamitas e 700 ficaram feridos hoje pela madrugada no mais grave episódio de violência desde a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho. A contagem é da Irmandade Muçulmana, organização à qual Mursi está ligado.
Segundo eles, as forças de segurança dispararam contra manifestantes antes das preces de amanhecer, durante uma vigília pela restituição do islamita à Presidência. Imagens de vítimas foram publicadas nas redes sociais, retratando dezenas de mortos e feridos.
O episódio faz parte de uma onda de repressão violenta no país, conforme simpatizantes de Mursi e opositores realizam manifestações ao redor do país, em especial na capital, o Cairo. Há frequentes embates entre as facções e também entre islamitas e o Exército.
"Eles não atiraram para ferir, e sim para matar", afirmou o porta-voz islmita Gehad el-Haddad. É esperado que o número de mortos seja revisto para cima, nas próximas horas, conforme os corpos são contados nos hospitais. A rede Al Jazeera chegou a noticiar a morte de 120 manifestantes, além de 4.500 feridos, mas os números ainda não foram confirmados pelo Ministério da Saúde.
Vence hoje à tarde o ultimato dado ao Exército para que a Irmandade Muçulmana concorde em fazer parte da transição política liderada pelo presidente interino Adly Mansur. A organização islamita se recusa a reconhecer a autoridade do governo instituído após um golpe militar. Não está claro o que pode acontecer ao fim do prazo de 48 horas dado pelas Forças Armadas.
Mursi, detido e incomunicável desde sua deposição, é acusado pela conspiração com a facção palestina Hamas para sua fuga de uma prisão no norte do país, em 2011. Outros líderes da Irmandade estão detidos ou sob ordem de prisão.
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