Veredicto de acusado de vazamento para WikiLeaks sai na terça
A Justiça Militar dos Estados Unidos revelará nesta terça-feira o veredicto do julgamento do soldado Bradley Manning, apontado como o principal responsável do vazamento de milhares de documentos do governo americano para o site WikiLeaks.
O vazamento é considerado o maior da história americana e atingiu documentos do Departamento de Estado sobre as relações diplomáticas americanas com diversos países e das Forças Armadas sobre as operações militares dos Estados Unidos nas guerras no Iraque e no Afeganistão.
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Responsável pelo caso, a juíza Denise Lind informou que o veredicto sobre o caso deverá ser anunciado às 13h locais (14h em Brasília). Após o anúncio do resultado, os magistrados militares começarão a calcular a pena a que ele será submetido, o que deverá começar na quarta (31).
A mais séria das 21 acusações que pesam contra Manning é a de auxiliar o inimigo, cuja pena é a prisão perpétua. Manning também é acusado de espionagem federal, roubo e fraude informática. Durante o processo, preferiu ter seu caso avaliado apenas por um juiz, não por um júri militar.
Ele já admitiu ter fornecido ao Wikileaks cerca de 700 mil relatórios da guerra, telegramas diplomáticos e vídeos, mas diz não ter acreditado que a informação poria em risco os soldados no Afeganistão e Iraque ou mesmo que ameaçaria a segurança nacional.
A defesa do soldado sustenta que Manning é um delator do governo americano, não um traidor como quer qualificar a Promotoria. Segundo os defensores, a intenção do militar foi provocar um debate sobre as ações militares dos Estados Unidos e a política diplomática entre todos os cidadãos americanos.
Por outro lado, os promotores afirmam que o delator traiu a confiança do país e queria fazer fama ao divulgar os documentos. Para a acusação, ele agiu de forma deliberada, sem avaliar os riscos que poderia correr ao divulgar informações para inimigos, como o então líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Após ser preso, em maio de 2010, no Iraque, Manning ficou detido sozinho por nove meses, numa cela sem janelas, por 23 horas diárias --às vezes, nu. Os agentes carcerários da base da Marinha onde ele estava preso o consideravam em risco de cometer suicídio.
A juíza militar Lind determinou mais tarde que o delator havia sido ilegalmente punido e que deveria ter 112 dias de desconto em qualquer sentença de prisão que receba.
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