Presidente da Colômbia diz que paz com Farc é 'agora ou nunca'
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta segunda-feira (5) que o momento para alcançar a paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) é "agora ou nunca", mas advertiu que quando perceber que a negociação é infrutífera, vai terminá-la para evitar oxigenação da guerrilha, e buscar o fim do conflito por meios militares.
A um ano do fim de seu primeiro mandato, Santos disse que as negociações com a guerrilha para acabar com cinco décadas de conflito, que deixou mais de 200 mil mortos, estão "indo bem", mas admitiu que deveriam ser aceleradas.
"Eu continuo otimista, eu estava desde o primeiro dia. Quando eu vir que isso não tem futuro, que não há vontade da outra parte, que isso realmente não vai a lugar nenhum, neste dia eu me levanto da mesa e as negociações acabam", disse Santos em entrevista à rádio colombiana Caracol.
"Continuo cautelosamente otimista, entre outras coisas porque para a guerrilha não há alternativa. Se não houver paz agora, o trem parte. Acredito que um processo de paz em alguns anos é muito difícil, entre outras coisas porque a guerrilha está envelhecendo...este é o momento, é agora ou nunca", acrescentou.
Mariana Bazo/Reuters | ||
Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos durante evento em outubro de 2012 |
As negociações com as Farc começaram em novembro de 2012, em Cuba, e até agora as partes só chegaram a um acordo parcial para questões agrícolas. Atualmente são discutidas as garantias para que os líderes e militantes do grupo rebelde participem da política.
O governo e a guerrilha, que tem cerca de 8 mil combatentes, também deverão tratar no processo, no qual têm mostrado posições radicalmente opostas, o fim do conflito, o tráfico de drogas e a compensação das vítimas.
Embora no início da negociação o presidente, um economista de 61 anos que estudou nos EUA e na Inglaterra, tenha dito que o processo levaria meses e não anos, o que foi interpretado que o prazo seria novembro de 2013, ele admitiu agora a possibilidade de ampliação.
"As datas fatais nestes processos são inconvenientes, não há uma data limite, mas o ideal é que em novembro, antes de eu decidir se vou ou não concorrer à reeleição, tenhamos terminado essas negociações", disse.
Santos admitiu a possibilidade de buscar a reeleição em 2014 para tentar dar continuidade às suas políticas, incluindo as negociações de paz com a guerrilha.
Apesar das negociações de paz com as Farc, o combate entre militares e guerrilheiros continua, assim como os bombardeios aos acampamentos dos rebeldes na selva, por isso muitos colombianos duvidam que o processo permita pôr fim ao conflito.
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