Em meio a crise no Egito, Justiça retoma julgamento de Mubarak
A Justiça do Egito retomou neste sábado o julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, acusado de homicídio durante a revolta que o derrubou, em 2011. A audiência, à qual o mandatário não foi, acontece em meio à crise entre islamitas e o governo interino no país, que deixou mais de 700 mortos em três dias.
A sessão, que é a quinta do processo, foi transmitida ao vivo pela televisão estatal egípcia. O juiz responsável pelo caso, Mahmoud el-Rashidi, atribuiu à tensão política no país a ausência de Mubarak e seus dois filhos, Alaa e Gamal. Na mesma ação, também foi processado o ex-ministro do Interior, Habib al Adli.
Durante a audiência, o juiz ouviu os pedidos da defesa para que sejam feitas investigações mais profundas para apurar a responsabilidade dos réus. Para isso, o juiz deu até a próxima quarta (21) para que sejam apresentadas as provas, a serem avaliadas em uma sessão no domingo seguinte (25).
Este é o segundo julgamento ao qual Mubarak é submetido por envolvimento nas mortes provocadas pela polícia durante as revoltas. Ele havia sido condenado em junho de 2012 à prisão perpétua, mas houve recurso da Promotoria, que deseja a pena de morte, e da defesa, que alegou falta de provas.
A primeira sessão do segundo julgamento aconteceu em 11 de maio, mas o juiz pediu mais prazo para inserir mais provas ao processo. A defesa voltou a pedir a liberdade a Mubarak, assim como de seus filhos, Alaa e Gamal, que estão presos na cadeia de Tora, ao lado do Cairo.
Para os defensores, todos já cumpriram o período máximo de prisão preventiva. Por outro lado, a Promotoria quer que eles continuem presos. Os seis ajudantes do ex-ministro, que haviam sido absolvidos anteriormente, também estão sendo processados pela morte de mais de 800 manifestantes em janeiro de 2012.
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