Líder supremo da Irmandade Muçulmana é preso no Egito
O líder supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, considerado o guia religioso da organização egípcia, foi preso na madrugada desta terça (horário local) no Cairo.
Segundo o Ministério do Interior, Badie, 70, estava escondido em um apartamento no bairro de Nasr City, um reduto dos islamitas.
Em julho, após o golpe que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi, Badie e dois de seus subalternos da Irmandade foram acusados pela Justiça de "incitação à morte" por supostamente estimular a violência contra manifestantes anti-Mursi. O início de seu julgamento estava marcado para o dia 25.
A detenção reforça o cerco imposto pelos militares contra a Irmandade. O governo interino propôs a dissolução da organização --que, mesmo fragilizada, ainda possui importante base social.
Também hoje, foi anunciada nova acusação contra Mohammed Mursi, que terá detenção estendida por mais 15 dias. Acusado de homicídio e de ligação com o Hamas, ele responderá agora por cumplicidade na violência contra as manifestações.
A Procuradoria Geral egípcia pediu ainda a prisão preventiva de 360 membros da Irmandade, também por suposta incitação à violência.
AFP | ||
Líder supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie (centro), é escoltado por policiais após ser preso no Cairo |
MUBARAK
Mais um elemento desestabilizador pode estar por vir no país. O ex-ditador Hosni Mubarak, 85, deve ser solto da prisão nos próximos dois dias, de acordo com seu advogado. A informação não foi confirmada pelo governo.
Se realizada, a soltura será vista como de forte conotação política. Vindo da Aeronáutica, Mubarak foi o bastião do poder militar até sua queda e perseguiu a Irmandade ao longo de seus 30 anos de poder, impedindo-a de ter participação política.
É possível que ele seja mantido preso por mais duas semanas, segundo procedimentos judiciais. Seu advogado diz que restam só trâmites burocráticos, pois ele teria sido inocentado em uma acusação de corrupção.
Desde sua deposição, em fevereiro de 2011, Mubarak enfrenta uma série de acusações, incluindo participação na repressão contra os manifestantes que pediam sua renúncia reunidos na icônica praça Tahrir, no Cairo.
Sua libertação poderia levar a uma nova onda de indignação entre a população.
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