Ex-vice egípcio responderá por traição, diz jornal
Mohamed ElBaradei, ex-vice-presidente interino do Egito e prêmio Nobel da Paz, deve ser convocado à Corte para responder à acusação de traição da confiança nacional, de acordo com o jornal estatal egípcio "Al-Ahram".
Procurada pela reportagem da Folha, sua secretária, Laila Said, negou ter conhecimento da questão. Segundo Said, ElBaradei está na Áustria, visitando familiares.
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O político, símbolo liberal no Egito, renunciou a seu cargo após o massacre de Rabia al-Adawiya, de 14 de agosto, em que morreram ao menos 638 pessoas. À ocasião, ElBaradei afirmou não suportar o peso da decisão de reprimir manifestantes. A atitude dele foi duramente criticada pela mídia local.
Havia sido contestado, também, seu apoio ao golpe militar que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi, o primeiro a ser eleito democraticamente no Egito.
Agora, Sayed Ateeq, chefe do departamento criminal da Universidade Helwan, acusa ElBaradei de deixar a posição sem consultar a coalizão de oposição Frente de Salvação Nacional, traindo a confiança colocada sobre ele.
O expurgo de ElBaradei surpreendeu ontem o Cairo, que assistia até então à perseguição dos líderes islamitas. Durante a madrugada anterior, o líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, fora preso.
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