EUA farão 'análise criteriosa' da proposta de desarmamento sírio
O EUA farão uma análise criteriosa sobre o anúncio, feito na manhã desta segunda-feira (9), pela Rússia que pede que o presidente sírio Bashar al-Assad entregue as supostas armas químicas que existem no país.
Durante um pronunciamento feito na tarde desta segunda-feira (9), em Washington, a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, disse que a Casa Branca vê o pronunciamento do Kremlin com "sério ceticismo". "Vamos analisar com cuidado a declaração russa... entendemos perfeitamente o que os russos estão propondo aqui", disse.
Logo após pedir para que Assad entregasse as possíveis armas químicas existentes no país, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, entrou em contato, por telefone, com o chanceler russo Sergei Lavrov. O conteúdo da conversa não foi revelado.
Mais cedo, Lavrov, disse que pediria que a Síria entregasse as supostas armas químicas para evitar um conflito com o país. A declaração de Lavrov aconteceu horas após Kerry dizer, em Londres, que a única forma de evitar uma guerra no país seria se Bashar al-Assad entregasse todas as armas químicas em uma semana.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, elogiou a inciativa da Rússia para prevenir um possível ataque americano. Moualem, que concedeu uma entrevista coletiva por meio de um intérprete, no entanto, não disse se presidente Bashar al-Assad aceitou a proposta da Rússia.
"Afirmo que a República Árabe Síria recebe bem a iniciativa russa, motivada pelas preocupações com as vidas dos nosso cidadãos e com a segurança do nosso país, e também motivada pela nossa confiança na sabedoria da liderança russa, que está tentando evitar uma agressão norte-americana contra o nosso povo", disse.
Os EUA acusam o regime de Bashar al-Assad de atacar com gás venenoso grupos contrários a ele. Os americanos usam como prova um documento, que cita informações de inteligência e relatos de fontes no local, que diz que a ação deixou 1.429 mortos, sendo 426 crianças. Este seria o pior incidente com armas químicas em 25 anos.
Assad, que enfrenta uma rebelião há mais de dois anos, negou a autoria do ataque e apresentou à ONU provas de que teria sido feito pelos próprios rebeldes.
O ataque americano depende da aprovação do senadores e deputados do país. Na próxima quarta-feira (11), o Senado deve votar a ação militar.
A proposta de intervenção militar deve passar pelo crivo dos deputados também esta semana. O presidente Barack Obama disse que vai levar a sério a proposta russa para colocar as armas químicas da Síria sob controle internacional.
Obama expressou ceticismo com a ideia, enquanto a Casa Branca busca apoio no Congresso para um possível ataque ao país devastado pela guerra.
"É possível que possamos obter um avanço, mas vai ter que ser seguido por outros, e nós não queremos apenas uma tática de atrasar ou adiar a pressão que temos sobre eles neste momento", disse Obama.
Na terça-feira está programado um discurso do presidente em horário nobre na televisão americana, em que ele irá expor à nação a sua proposta para uma ação militar contra a Síria.
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