Putin diz que ativistas do Greenpeace não são piratas, mas violaram a lei
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que os ativistas do Greenpeace presos por conduzir um protesto na primeira plataforma de petróleo do país no Ártico violaram a lei internacional, mas sinalizou que eles não devem ser acusados de pirataria.
O navio dos ambientalistas foi confiscado e rebocado para a costa russa na terça-feira, após dois dos ativistas terem tentado escalar a plataforma em protesto contra os planos da Rússia de realizar perfurações no Ártico em busca de petróleo, o que dizem ser uma ameaça ao frágil ecossistema da região.
Segundo o Greenpeace, os 30 ativistas a bordo do navio, incluindo uma bióloga brasileira, seriam interrogados nesta quarta-feira, um dia após investigadores russos terem aberto um caso criminal de suspeita de pirataria, com pena de até 15 anos de prisão.
"É absolutamente evidente que eles não são, claro, piratas, mas sob um aspecto formal estavam tentando invadir esta plataforma... É evidente que essas pessoas violaram a lei internacional", disse Putin em um fórum sobre o Ártico.
A Rússia afirma ainda que o protesto na plataforma de petróleo da Gazprom violou a soberania do país. Já o Greenpeace diz que as detenções violaram a lei internacional.
O governo russo teme que protestos como o do Greenpeace possam afetar as tentativas de atrair investimentos estrangeiros para seus esforços de extrair os ricos recursos encontrados no Ártico.
Na terça-feira, um diplomata brasileiro encontrou-se com a bióloga Ana Paula Maciel, 31, única brasileira detida na operação. Segundo o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando Mello Barreto, ela está "bem de saúde e de espírito, mas preocupada com a situação".
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