ANP não se pronunciará sobre morte de Arafat até receber todas as conclusões
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) evitou comentar nesta quarta-feira as conclusões do laboratório suíço que investigou a morte do líder palestino, Yasser Arafat, em 2004 e só dará uma resposta oficial quando receber as conclusões das outras duas comissões.
A posição foi confirmada à Agência Efe pelo presidente da Comissão Investigadora Palestina a cargo do caso, Taufik Tiraui, que se limitou a dizer que "convocará uma entrevista coletiva quando receber todas as informações".
"A ANP não reagirá até que cheguem todas as conclusões das diferentes fontes", reiterou o representante palestino.
A televisão catariana "Al Jazeera" informou hoje que as análises realizadas pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne confirmam que o histórico líder palestino foi envenenado com polônio.
Os cientistas, que corroboraram os resultados de outro laboratório em Moscou, encontraram níveis de polônio-210 18 vezes superiores ao normal nas amostras tiradas do corpo de Arafat.
Segundo a "Al Jazeera", os analistas têm 83% de certeza que o líder palestino, falecido em 2004 aos 75 anos, foi envenenado e consideram "de forma moderada" que o polônio foi a causa de sua morte.
De acordo com um relatório de 108 páginas do centro suíço, foram encontrados altos níveis deste material radioativo nas amostras das costelas e da pélvis, assim como na terra sobre a qual foi colocado seu corpo sem vida.
Cientistas de Suíça, França e Rússia obtiveram essas amostras em novembro do ano passado após a exumação de seus restos, que jazem em um mausoléu da cidade palestina de Ramala.
"Ele não estava doente, mas isto responde a todas nossas perguntas", assegurou hoje ao canal a viúva do líder palestino, Suha Arafat, que recebeu uma cópia do relatório e foi quem denunciou a morte em julho de 2012 a um tribunal da cidade francesa de Nanterre perante a possibilidade de um complô contra seu marido.
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