Análise: País suscetível a catástrofes, as Filipinas já entenderam a importância da prevenção
Sendo um dos países mais pobres do mundo, as Filipinas sofrem o efeito de uma escassez crônica de recursos e de uma infraestrutura deficiente ou inexistente. São um arquipélago largamente disperso e atingido com regularidade por catástrofes naturais.
Mas a experiência amealhada à custa de sofrimento está obrigando os administradores e as agências do governo filipino, além de seus colaboradores internacionais, a examinar e criar novas estratégias de preparo, resposta e mitigação de desastres.
Em média 20 tufões por ano atingem as Filipinas --três dos quais supertufões--, além de muitos incidentes de inundações, secas, terremotos, tremores e ocasionais erupções vulcânicas.
Desde 1990 ocorreram os cinco tufões mais devastadores que já passaram pelas Filipinas, afetando 23 milhões de pessoas.
De acordo com a ONG Oxfam, nesse mesmo período ocorreram quatro dos tufões que provocaram os custos mais altos da história.
O painel intergovernamental sobre mudanças climáticas diz que a temperatura média nas Filipinas está subindo 0,14° C por década.
Cientistas registram elevação constante do nível do mar em volta do arquipélago e uma queda do lençol freático. Tudo isso aumenta a probabilidade e incidência de eventos climáticos extremos.
O Conselho Nacional de Redução de Riscos e Gerenciamento de Desastres, do governo filipino, produziu um plano de redução de riscos e gerenciamento de desastres para o período de 2011 a 2028.
Estão incluídas em seus cálculos considerações sobre desenvolvimento sustentável pré e pós-desastres, alívio da pobreza, proteção ambiental e segurança física. A ideia é "reconstruir melhor" assim que o processo de retirada dos destroços começa.
Com a ajuda de entidades humanitárias, o plano também prevê a formação de redes de pessoas que prestarão o primeiro atendimento emergencial --pessoas locais que saberão o que fazer em casos de desastres, sem aguardar a chegada dos serviços de emergência, que pode levar dias ou semanas.
Exemplos de projetos de mais longo prazo que podem ser iniciados a partir de desastres incluem a construção de usinas de tratamento de lixo, a criação de feiras em locais onde foram construídas novas moradias e programas de redução de riscos de desastres, para que as populações locais possam estar mais bem preparadas quando o tufão seguinte chegar.
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