Vendedor de gás em Gaza tem 150 botijões; todos estão vazios
DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A GAZA
A reportagem da Folha encontra Amir Guedes, 33, sentado em sua loja, desgostoso. Ele está cercado, na penumbra do mercadinho, por 150 botijões de gás --todos vazios.
Guedes afirma que só consegue encher cerca de 50 deles por semana, devido ao racionamento nos 25 postos de abastecimento de gás.
Não é o suficiente para atender a demanda pelo botijão, que ele vende a R$ 30 cada um.
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Com a carência de eletricidade para cozinhar, esse combustível tornou-se essencial em Gaza.
"Colocar gás nos carros piora a situação, mas o problema em si é a carência", afirma Guedes.
Depois da entrevista, senta-se do lado de fora da loja, ao lado dos amigos. Entediados, eles observam o movimento da rua.
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