No Iraque, ataques a lojas de bebidas matam 9
Homens armados abriram fogo neste sábado contra 12 estabelecimentos comerciais que vendem bebidas alcoólicas em Bagdá. Nove pessoas morreram e cinco ficaram feridas, segundo a polícia. A suspeita é que os autores sejam de milícias fundamentalistas.
Os atacantes se locomoviam em veículos utilitários e fizeram disparos certeiros contra pessoas que estavam em lojas ou supermercados. Segundo a polícia, a maioria das vítimas faziam parte da minoria curda Yazidi, à qual pertencem muitos funcionários de lojas de bebidas.
Nenhum grupo se responsabilizou pelo ataque, mas há suspeitas de que ele tenha partido de milícias xiitas, que costumam alertar contra práticas que consideram contrárias à sua interpretação fundamentalista do Islã. Acredita-se que eles tenham estado por trás de outros ataques a lojas de bebidas e cafés em maio.
Embora muitos iraquianos rejeitem o álcool, proibido pela lei islâmica, o país muçulmano tem regras menos rígidas do que vizinhos como a Arábia Saudita e o Irã. isso se deve a sua mistura de xiitas, sunitas, curdos étnicos e cristãos.
O ex-líder iraquiano Saddam Hussein permitiu que as lojas vendessem álcool legalmente, embora bares e casas noturnas continuassem proibidos de vender bebidas até o fim de seu regime. Lojas com licenças válidas podem vender álcool, mas também há pontos de venda ilegal.
Após a invasão do país pelos EUA em 2003, porém, partidos fundamentalistas ganharam mais força. Alguns iraquianos temem que a linha dura islâmica possa ter mais influência sobre os costumes do país. Milícias já foram acusadas por ataques a cafés onde mulheres trabalham como garçonetes.
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