China ordena prudência à imprensa sobre morte de Mandela, diz jornal
As autoridades de propaganda da China ordenaram aos meios de comunicação do país "que sejam prudentes" na cobertura da morte do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Segundo o jornal "South China Morning Post", a orientação é evitar qualquer crítica aos direitos humanos feita a Pequim.
A publicação afirma que o departamento de propaganda do regime enviou uma circular em que informa que todos os comentários em blogs e microblogs "que se aproveitarem do funeral de Mandela para atacar nossos sistemas políticos e líderes estatais serão imediatamente apagados".
Os jornais ainda "devem ser prudentes na hora de selecionar materiais e devem informar apropriadamente" sobre a vida do líder negro, mas que não se estenda ao comentar sobre os relacionamentos amorosos do sul-africano, que teve três mulheres.
Mandela foi utilizado frequentemente como um modelo a ser seguido por dissidentes e presos políticos chineses, que nesta semana renovaram os pedidos de libertação do também ganhador do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, no 5º aniversário de sua detenção.
É muito comum que as autoridades chinesas enviem circulares aos meios de comunicação nacionais dando ordens de como informar determinadas questões delicadas, especialmente em temas sobre direitos humanos na China ou que tenham causado polêmica na imprensa internacional.
Pequim enviou o vice-presidente, Li Yuanchao, na cerimônia religiosa em memória de Mandela, realizada nesta terça no estádio Soccer City, em Johannesburgo.
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