Dirigente chinês é afastado e preso após ser acusado de corrupção
Um dos políticos chineses mais poderosos da última década foi colocado em regime de prisão domiciliar, enquanto é investigado por suspeita de corrupção.
Até se aposentar, em 2012, Zhou Yongkang chefiava os serviços de segurança e era um dos homens do Comitê Permanente do Partido Comunista, órgão político máximo da China.
Ele não é só mais uma autoridade a cair na cruzada anticorrupção deflagrada pelo presidente Xi Jinping. Zhou é o mais graduado dirigente chinês investigado por corrupção desde a chegada dos comunistas ao poder, em 1949.
A sorte de Zhou, 71, começou a mudar no fim do ano passado, quando Xi Jinping assumiu a liderança do partido e nomeou um comissão para investigar as denúncias de corrupção contra ele. A ordem rompeu um tradicional acordo tácito, de que membros aposentados do Comitê Permanente do PC não são investigados.
Nos últimos meses, vários aliados e protegidos políticos de Zhou começaram a ser investigados por corrupção. Sinal de que o cerco ao ex-czar da segurança estava se fechando.
O caso mais ruidoso foi o de Jiang Jiemin, que chefiou a agência reguladora das empresas estatais por apenas cinco meses até cair, em setembro. Ele é investigado por "violações disciplinares graves" --jargão geralmente usado para corrupção.
Antes, Jiang havia sido presidente de uma das gigantes do petróleo no país, a estatal China National Petroleum Corp (CNPC), que durante anos foi o bastião do poder de Zhou Yongkang.
Nos anos 90, Zhou também dirigiu a CNPC, que hoje sofre uma ampla investigação por corrupção. A empresa é uma das duas estatais chinesas no consórcio liderado pela Petrobras, que venceu o recente leilão para exploração do campo de Libra.
A indústria do petróleo é a mais monopolizada e lucrativa da China e alguns analistas afirmam que a campanha anticorrupção é parte do esforço do governo para modernizar as estatais.
Mas também pode haver um outro motivo para Xi Jinping ter rompido a regra não escrita de poupar ex-membros do Comitê Permanente.
Segundo veículos de imprensa de Hong Kong e Taiwan, há suspeita de que Zhou mandou matar a ex-mulher e também planejou assassinar o próprio Xi.
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