Rússia informa fim da investigação contra um ativista do Greenpeace
A justiça russa informou a um primeiro militante do Greenpeace, acusado de vandalismo por uma ação de protesto no Ártico, sobre o fim da investigação contra ele, em aplicação da lei de anistia aprovada pelo Parlamento russo na semana passada, indicou nesta terça-feira à AFP um porta-voz da ONG.
"A comissão de investigação informou ao primeiro dos 30 membros da tripulação do 'Artic Sunrise' que as ações judiciais contra ele foram encerradas", indicou o porta-voz do Greenpeace, Aaron Gray-Block, em um comunicado, informando que se tratava de um homem.
Outra porta-voz da organização ecologista havia anunciado pouco antes a partir da Rússia que a justiça havia encerrado os casos de três militantes.
Das trinta pessoas processadas, 26 não são russas, entre elas a brasileira Ana Paula Maciel. Sem o visto de seu passaporte que certifica sua entrada legal no país, até o momento os militantes ecologistas não puderam deixar o território russo.
Os trinta membros da tripulação do barco do Greenpeace assinaram um dia antes um documento no qual declaravam não se opor à lei de anistia, aprovada na semana passada pelo Parlamento russo.
Os membros da tripulação do "Artic Sunrise" foram detidos em setembro após uma ação contra uma plataforma petroleira da Gazprom no Ártico. Depois de serem transferidos a São Petersburgo, foram colocados em liberdade sob fiança em novembro.
Acusados em um primeiro momento de pirataria, um crime castigado com até 15 anos de prisão, finalmente foram acusados de vandalismo, um crime punido com uma pena de até sete anos de prisão.
Este anúncio foi feito um dia após a libertação das duas jovens do grupo punk Pussy Riot, também anistiadas, e quatro dias depois do indulto concedido pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao ex-magnata russo e líder opositor do Kremlin Mikhail Khodorkovsky.
Putin disse que a anistia não foi elaborada especificamente para os ativistas do Greenpeace ou para a banda Pussy Riot.
Ativistas de direitos humanos dizem, porém, que a anistia é muito limitada. A estimativa é de que menos de 1.500 presidiários sejam libertados, uma pequena fração dos cerca de 700 mil russos atrás das grades.
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