Israel eliminou autores de atentados dos anos 90, diz ex-embaixador
Os autores dos dois atentados antissemitas realizados em Buenos Aires na década de 1990 foram eliminados por Israel, revelou o embaixador do país na Argentina, Itzhak Aviran, em entrevista publicada nesta quinta-feira pela Agência Judaica de Notícias. É a primeira vez em que essa afirmação é feita.
"A grande maioria dos culpados já foi para o outro mundo, e isso fomos nós que fizemos", respondeu Aviran à agência, especializada em cobrir fatos da comunidade judaica na Argentina. No país, vivem mais de 300 mil judeus.
Ele respondia a uma pergunta sobre a impunidade dos responsáveis pelos ataques a bomba de março de 1992, contra a embaixada de Israel (29 mortos e 200 feridos), e de julho de 1994, contra o centro comunitário Amia (85 mortos e 300 feridos).
A entrevista foi dada em espanhol, por telefone, desde Israel.
Aviran, que serviu em Buenos Aires entre 1993 e 2000, disse na entrevista que no dia do atentado à Amia, que completa 20 anos neste ano, estava prevista uma reunião de dirigentes da comunidade judaica no local. Na última hora mudaram o lugar da reunião para outro prédio, a pouca distância dali.
"Ainda precisamos de uma resposta sobre tudo o que passou", disse, afirmando que ela não veio nem nos governos de Carlos Menem (1989-1999) e nem de Fernando de la Rua (1999-2001). A Justiça argentina acusou oito iranianos pelo ataque, incluindo o ex-ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-conselheiro cultural iraniano na Argentina Moshen Rabbani.
Se confirmadas as afirmações, não seria a primeira vez em que Israel elimina responsáveis por ataques contra cidadãos e entidades judaicas. Os responsáveis pelo massacre de atletas judeus nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, foram todos eliminados pelo serviço secreto israelense.
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