Justiça dos EUA quer perdão a presos com drogas
O Departamento de Justiça dos EUA pediu a advogados que ajudem a identificar detentos condenados por porte de pequenas quantidades de drogas para que sejam elegíveis à clemência presidencial.
Em discurso à Associação de Advogados de Nova York, o vice-procurador de Justiça, James Cole, justificou que a medida serve para reduzir a população carcerária nos EUA, a maior do mundo com 216 mil presos. A clemência incluirá detentos não violentos, que não representam uma ameaça, que estejam enfrentando sentenças excessivas e que não tenham "laços significativos" com gangues ou cartéis.
Esse é o segundo sinal de afrouxamento da política anti-drogas nos EUA. Após comutar a sentença de oito presos com crack em dezembro, Obama disse em entrevista em janeiro que não acredita que a maconha seja mais perigosa do que o álcool ou tabaco e que as prisões pela droga afetam principalmente minorias negras e hispânicas.
"É o objetivo do Departamento encontrar candidatos adicionais, que estejam em situação semelhante a dos oito presos que tiveram a clemência concedida no ano passado, e recomendá-los ao presidente", disse Cole.
Cole disse que os fundos gastos em prisões (US$ 6.500 milhões no ano passado) poderiam ser melhor gastos no combate à fraude financeira, aos cartéis de drogas, à corrupção pública e outros crimes graves.
"Se não encontrarmos uma solução para o problema da população prisional federal, a segurança pública vai sofrer", disse Cole.
A população carcerária federal aumentou em 800% nos últimos 30 anos, para cerca de 216 mil detentos, disse ele.
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