Oposição ucraniana apresenta novo projeto de lei de anistia
A oposição ucraniana apresentou nesta segunda-feira um novo projeto de anistia que beneficiaria todos os detidos nos protestos populares que explodiram em novembro, após rejeitar a lei promulgada pelo presidente, Viktor Yanukovich.
"Acabamos de registrar o novo projeto de lei. Consideramos que simplesmente é preciso retirar algumas cláusulas (da lei de anistia). Então, o problema deixará de existir", afirmou Oleg Tiagnibok, líder do partido nacionalista Svoboda (Liberdade).
O opositor se referia a uma lei aprovada na semana passada pelo presidente que não inclui os detidos durante os violentos enfrentamentos de janeiro entre manifestantes e soldados antidistúrbios em Kiev.
Segundo o Ministério do Interior, esses detidos "não são manifestantes pacíficos, mas suspeitos de ter cometido delitos graves".
Além disso, Yanukovich advertiu que a lei entraria em vigor só quando os ativistas opositores desalojassem todos os edifícios administrativos que controlam, entre os quais figuram o da Prefeitura, o da Casa de Sindicatos e o da Casa Ucraniana.
Enquanto as três formações da oposição parlamentar se negam a acatar a lei de anistia, os manifestantes se negam categoricamente a abandonar os edifícios governamentais.
Por outro lado, a oposição insiste na reforma do sistema político e o retorno à Constituição de 2004 a fim de limitar as faculdades do presidente e cedê-las à Rada Suprema (Legislativo).
Isto foi rejeitado hoje tanto pela Presidência como pelo governista Partido das Regiões, que opinam que as propostas da oposição agravarão ainda mais a crise política que o país vive há mais de dois meses.
Os protestos opositores explodiram há pouco mais de dois meses depois que o Governo adiou de maneira indefinida a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia, prevista para o fim de novembro do ano passado.
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