Aliança do Pacífico assina acordo para aprofundar livre comércio
Os países que compõem a Aliança do Pacífico assinaram na segunda-feira na Colômbia um acordo de livre comércio que retira as tarifas de 92% das mercadorias vendidas entre os países, o que pode significar a diminuição dos mercados do Mercosul.
A medida aprofundou os tratados de livre circulação de mercadorias existentes entre Chile, Colômbia, Peru e México, assinados nos últimos 20 anos. A intenção do grupo é que o acordo entre em vigor no final deste ano e no início de 2015.
Ficarão pendentes outros 8% dos produtos, em sua maioria agrícolas, cujas barreiras serão eliminadas de forma gradual, em até 17 anos. O prazo maior a essas mercadorias se deve à resistência em alguns países ao seu desbloqueio.
Para presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o acordo assinado em Cartagena permitirá que cada país "seja mais competitivo e gere mais emprego". O país espera um aumento de 0,9% nas exportações e de 0,7% no crescimento, gerando 44 mil empregos.
O próprio Santos, no entanto, enfrenta resistência interna para a retirada dessas barreiras, em especial sobre produtos agrícolas, como milho e carne bovina.
Em agosto, agricultores bloquearam estradas e cercaram a capital Bogotá, fazendo com que ele convocasse o Exército para conter os protestos, que terminaram com dois mortos.
A nova iniciativa da Aliança do Pacífico acontece três anos após sua fundação. Com um PIB que o coloca como oitava economia do mundo, o novo bloco tem a intenção de aprofundar os acordos com Estados Unidos, Ásia e Europa.
Em uma segunda etapa, estima promover a livre circulação de pessoas. Além dos quatro países integrantes, Panamá e Costa Rica estudam a entrada na aliança.
O avanço rápido da aliança a coloca como ameaça ao Mercosul, que tem esses países como importante mercado e não consegue avançar em diversos acordos, como o livre comércio com a União Europeia.
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