Por telefone, Obama diz a Putin que ação viola soberania de Kiev
O presidente americano, Barack Obama, pediu a seu homólogo russo, Vladimir Putin, que retire as tropas que enviou à Crimeia e que não promova nenhuma outra interferência militar na Ucrânia.
Os dois presidentes conversaram por 90 minutos na tarde de sábado por telefone, numa escalada de críticas do governo americano a uma "clara violação à soberania e integridade terroritorial" da Ucrânia, segundo o americano.
O Conselho de Segurança da ONU também se reuniu na tarde do sábado, a pedido do Reino Unido, para discutir a invasão russa.
Editoria de Arte/Folhapress |
No telefonema de Obama a Putin, depois de dizer que reconhecia os "profundos laços históricos e culturais entre Rússia e Ucrânia e a necessidade de se proteger a etnia russa na Ucrânia", o americano acusou a Rússia de infringir leis internacionais e acordos passados com essa intervenção militar.
Putin respondeu que a Rússia tem direito a "proteger seus interesses e a população de língua russa" na Ucrânia, segundo comunicado do Kremlin.
Putin evocou "a verdadeira ameaça que pesa sobre a vida e a saúde dos cidadãos russos no território ucraniano" assim como "as ações criminais dos ultranacionalistas apoiados pelas atuais autoridades em Kiev".
Os EUA cancelaram sua participação nos encontros preparatórios do G8, a cúpula dos sete países mais desenvolvidos do mundo mais a Rússia, que acontece em Sochi no início de junho, o mesmo balneário russo que abrigou a Olimpíada de Inverno no mês passado.
David Mdzinarishvili/Reuters |
Homem armado patrulha prédio da administração regional da Crimeia, em Simferopol |
O presidente americano ainda disse que a preocupação russa com o tratamento de sua minoria na Ucrânia deveria ser endereçada "pacificamente, com o governo ucraniano" e usando como mediadores observadores internacionais sob o Conselho de Segurança da ONU e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), ambas integradas pela Rússia.
A Casa Branca divulgou ontem que estava consultando aliados e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para prestar assistência e assegurar estabilidade financeira para a Ucrânia, que sofre grave crise, para que o novo governo do país possa fazer "reformas necessárias" e conduzir "eleições bem-sucedidas". "O povo da Ucrânia tem o direito de determinar o seu próprio futuro", afirmou a Casa Branca, em comunicado.
TVs americanas têm tratado o assunto como um "retorno da Guerra Fria" e críticos da oposição republicana têm dito que Putin tem ousado porque Obama "fala grosso, mas é um fraco" e que o russo estaria aproveitando a "debilidade" do presidente americano.
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