Obama anuncia mais sanções à Rússia, que responde punindo americanos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira novas sanções contra indivíduos e um dos maiores bancos da Rússia. Minutos depois, o governo russo retaliou com restrições a parlamentares americanos.
As medidas tomadas pelo americano são uma nova pressão contra os russos, que nesta semana anexaram a Crimeia, região autônoma ucraniana onde 60% da população é de origem russa. A incorporação foi feita após um referendo no domingo, em que os moradores locais decidiram voltar ao domínio de Moscou.
A consulta não foi reconhecida pelo novo governo ucraniano e pelo Ocidente, que anunciou sanções aos russos em retaliação. Mesmo com as medidas, a administração do presidente Vladimir Putin e seus aliados resistem a negociar.
Em discurso, Obama disse que mais 20 indivíduos tiveram os bens congelados nos EUA e restrições a viagens, em sua maioria autoridades do governo. Na segunda, os EUA já haviam imposto sanções a 11 pessoas.
Dentre os integrantes da lista desta quinta, está o chefe de gabinete russo, Sergei Ivanov, assessores e amigos de longa data de Putin.
Além deles, foi colocada uma restrição ao banco Rossiya. Com ativos de US$ 10 bilhões (R$ 24 bilhões), a instituição é uma das maiores do país e foi acusada pelos Estados Unidos de dar cobertura aos indivíduos sancionados.
O mandatário americano também assinou um decreto-lei que lhe permitirá ampliar a punição econômica a setores importantes da economia russa. Segundo funcionários do governo americano, devem ser atingidas as áreas de energia, mineração, engenharia e defesa.
Para Obama, as ameaças russas ao sul e ao leste da Ucrânia representam "um sério risco de escalada na crise na região". Embora tenha aprovado a anexação da Crimeia, Moscou nega o desejo de invadir o sul e o leste da Ucrânia.
RÚSSIA
Minutos após o discurso de Obama, a Chancelaria russa anunciou que o país cassou vistos e bloqueou recursos de integrantes do governo americano, na primeira resposta às sanções impostas aos russos pelo Ocidente.
Dentre os sancionados, estão o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso americano, John McCain, o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, os deputados Benjamin Rhodes e Robert Menéndez e o senador Harry Reid, além de quatro funcionários do governo americano.
A chanceler alemã, Angela Merkel, também ameaçou aumentar a lista de russos sujeitos a sanções. Já o presidente francês, François Hollande, disse que pedirá o cancelamento da cúpula entre o bloco e a Rússia, prevista para junho.
O premiê britânico, David Cameron, também afirmou que o Reino Unido pode aumentar a lista de pessoas sujeitas ao congelamento de bens e à cassação de vistos. As declarações foram feitas durante reunião dos chefes de Estado e de governo europeus, em Bruxelas.
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