Mujica pede aos EUA libertação de cubanos em troca de presos
O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou nesta sexta-feira que sua decisão de acolher em seu país cinco presos da base americana de Guantánamo, em Cuba, não envolve "dinheiro" ou "conveniência material". Mas que não tem nenhum problema em contar que pediu algo em troca ao governo de Barack Obama: a libertação de "dois ou três presos cubanos que há muitos anos estão ali".
A declaração foi feita por Mujica em seu programa na rádio M24.
Os detentos em questão são três dos cinco agentes cubanos presos em 1998 e condenados por espionagem na Flórida.
Ontem, o mandatário uruguaio havia declarado que não fazia "favores de graça" e que passaria um recibo.
Para Mujica, a decisão de receber os refugiados garante ao Uruguai um pouco de "autoridade moral para dizer aos mais poderosos que sejam menos orgulhosos, menos impositivos". "O Uruguai, assim como outros países, deve se sentir servindo a uma causa que é fechar uma vergonha da humanidade", afirmou.
O presidente uruguaio também disse que esse acordo com os Estados Unidos ainda está longe de ser concretizado e que isso não impedirá seu país de seguir "criticando o império ianque". E declarou que é necessário apoiar as iniciativas de Obama para fechar a prisão de Guantánamo. "Quando existe um presidente que luta por acabar com uma vergonha herdada, uma vergonha não só para seu país, mas para a humanidade, não devemos lhe dar as costas."
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