Rússia "retira progressivamente" tropas na fronteira com a Ucrânia
A Rússia "retira progressivamente" suas tropas posicionadas na fronteira com a Ucrânia, afirmou à agência AFP o porta-voz do ministério ucraniano da Defesa, que temia uma invasão do leste do país após a perda da Crimeia.
"As forças russas se retiram progressivamente da fronteira", afirmou o porta-voz Olexei Dimitrashkivski.
"Talvez tenha ligação com a necessidade de assegurar um rodízio. A outra hipótese é que estaria relacionada com as negociações entre Rússia e Estados Unidos".
Na quinta-feira, o presidente do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Andrei Parubei, afirmou que Moscou havia mobilizado 100 mil soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia.
O governo dos Estados Unidos mencionou a presença de 20 mil homens e considera a retirada das forças uma condição para o fim da crise, como reiterou no domingo em Paris o secretário de Estado americano, John Kerry, após uma reunião com o chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov.
Moscou negou ter enviado tropas à fronteira e alegou que recentes inspeções internacionais não destacaram nenhuma atividade militar fora do comum. O Kremlin acusou os países ocidentais de má-fé.
No sábado, Lavrov afirmou que Moscou não tinha "absolutamente nenhuma intenção ou interesse" em atravessar a fronteira da Ucrânia.
MEDVDEV NA CRIMEIA
O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, chegou nesta segunda-feira à Crimeia acompanhado de mais da metade dos ministros de seu governo na primeira visita à península desde sua plena incorporação à Rússia no último dia 21.
"Estou em Simferopol (capital da península). O governo discutirá hoje aqui o desenvolvimento da Crimeia", publicou Medvedev no Twitter.
A assessoria de imprensa do executivo russo informou que o primeiro-ministro presidirá uma reunião de governo para abordar o desenvolvimento socioeconômico da Crimeia e do porto de Sebastopol, as duas novas entidades da federação.
Os ministros informarão Medvedev sobre o andamento das ordens que receberam a uma semana de tomar medidas urgentes para melhorar a economia e aliviar as necessidades sociais dos habitantes da Crimeia.
O primeiro-ministro ordenou que os ministérios de Finanças e de Trabalho preparassem um plano escalonado para reajustar os salários dos trabalhadores públicos da península até igualá-los à média russa.
Os ministros também deverão apresentar as primeiras propostas para criar uma zona econômica especial nas duas novas entidades da federação.
O Ministério de Transporte informará hoje suas propostas para aumentar as conexões aéreas entre a Crimeia e as principais cidades russas.
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