Autoridades descartam que último sinal detectado seja de avião sumido
As autoridades da Austrália descartaram nesta sexta-feira que o último sinal captado ontem (10) por um avião do país no oceano Índico tenha alguma relação com a caixa-preta do avião da Malaysia Airlines que está desaparecido desde o dia 8 de março.
"O Centro Conjunto de Análise Acústica da Austrália analisou as informações e confirmou que o sinal detectado nas imediações do navio militar australiano Ocean Shield não está relacionado com a caixa-preta do avião", disse Angus Houston, chefe do Centro de Coordenação de Agências Conjuntas.
O chefe deste órgão criado pela Austrália para coordenar as buscas multinacionais se referia ao sinal captado por um avião AP-3C Orion da Força Aérea de seu país na tarde de ontem na área que é rastreada pelo Ocean Shield, que transporta um localizador de caixas-pretas e um submarino não tripulado.
Houston explicou que o Ocean Shield tenta captar outros sinais que tenham relações com a caixa-preta do avião malasiano antes que as baterias da mesma acabem, enquanto os aviões AP-3C Orions prosseguem com o rastreamento acústico, segundo um comunicado de imprensa.
O Ocean Shield captou um total de quatro sinais sonoros no sábado e na terça-feira a uma distância entre si de 40 quilômetros, o que as autoridades consideram como as pistas mais promissoras para determinar onde estão os destroços do avião malaio.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que se encontra em um giro pela Ásia, mostrou-se hoje "confiante" sobre as pistas que poderiam ser da aeronave.
"Nós reduzimos bastante as buscas pelo avião e estamos muito confiantes que os sinais sejam da caixa-preta", disse Abbott em Xangai, citado pela emissora australiana ABC.
No entanto, Houston desmentiu as palavras do chefe do Executivo e declarou que "não houve nenhuma descoberta importante nas buscas do MH370".
A área de rastreamento foi reduzida nesta sexta-feira para cerca de 46.713 quilômetros quadrados, 11.210 quilômetros quadrados a menos do que ontem.
Um total de 12 aviões militares e outros três civis, além de 13 navios participarão das operações desta sexta-feira que abrange uma área no Oceano Índico situada a cerca de 2.312 quilômetros ao noroeste da cidade de Perth, na costa oeste da Austrália, segundo o Centro de Coordenação de Agências Conjuntas.
As autoridades australianas designaram dentro da área de buscas dois focos onde tentarão captar sinais da caixa-preta em um dia marcado por ventos de até 15 nós, chuvas isoladas, ondas de até 1,5 metro e uma visibilidade de cinco quilômetros, acrescentou o órgão.
O Centro de Coordenação informou que nenhum possível objeto do avião foi avistado ontem na área de buscas.
O voo MH370 saiu de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo rumo a Pequim na madrugada do dia 8 de março (tarde do dia 7 no Brasil) e desapareceu dos radares civis da Malásia cerca de 40 minutos após a decolagem.
Estavam a bordo da aeronave 153 chineses, 50 malaios, sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois iranianos que utilizaram os passaportes roubados de um italiano e de um austríaco.
A polícia malaia disse que não considera que os 227 passageiros sejam responsáveis de sequestro, sabotagem ou de alguma ação causada por problemas psicológicos ou pessoais, mas continua investigando a tripulação de nacionalidade malaia e também contempla uma possível falha técnica.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis