Atentado em semana de eleições deixa ao menos 50 mortos no Iraque
As forças de segurança iraquianas começaram a votar dois dias antes das primeiras eleições legislativas desde a saída das tropas americanas do país, em 2011, em uma segunda-feira manchada por ataques que deixaram pelo menos 57 mortos.
Um atentado suicida deixou pelo menos 30 mortos e 50 feridos nesta segunda-feira em Khanaqin, uma cidade iraquiana composta majoritariamente por curdos, perto da fronteira com o Irã, indicou a polícia.
A dois dias das eleições legislativas, um terrorista suicida detonou seus explosivos perto de um grupo de pessoas que se reuniram para assistir a um vídeo que, ao que parece, mostrava o presidente iraquiano, o curdo Jalal Talabani, votando antecipadamente na Alemanha, onde está hospitalizado desde 2012.
As forças de segurança e os iraquianos que residem no exterior começaram a votar dois dias antes do início das primeiras eleições legislativas após a retirada das tropas americanas do país, em 2011.
O primeiro-ministro, o xiita Nouri al-Maliki, candidato ao terceiro mandato, é o favorito, apesar das várias críticas e da revolta do povo, provocada por um nível elevado de desemprego, pela corrupção e pela carência absoluta de serviços públicos. A tudo isso, soma-se o aumento da violência.
Esta segunda-feira, último dia da campanha eleitoral, foi marcada por vários ataques contra centros eleitorais e comboios do Exército com militares que iam votar.
Em um centro eleitoral a oeste de Bagdá, um atentado suicida deixou pelo menos sete policiais mortos e 15 pessoas feridas.
Em Kirkuk, um suicida detonou sua carga de explosivos em outro centro de votação, matando oito policiais, segundo autoridades de segurança. Também foram registrados ataques em Tur Khurmatu –ao norte de Bagdá–, em Mossul e em Ramadi, 100 km a oeste de Bagdá.
Seis jornalistas iraquianos ficaram feridos em Mossul em um ataque contra o comboio militar no qual viajavam.
Os iraquianos residentes no exterior começaram a votar no domingo e as forças de segurança, a partir desta segunda, para que estas possam acompanhar o desenvolvimento das atividades de quarta-feira.
Por temor de ataques, as autoridades decretaram cinco dias de feriado - de domingo a quinta-feira - para tentar dar maior segurança às eleições, que contam com 20 milhões de eleitores registrados.
MALIKI FAVORITO
A espiral de violência colocou a questão da segurança no centro dos debates, razão pela qual Maliki e seu partido, a Aliança para o Estado de Direito, basearam sua campanha na necessidade de se unir em apoio ao governo para acabar com o banho de sangue.
Em 2010, Maliki não foi aprovado em suas funções até oito meses depois das eleições, após longas e difíceis negociações entre os diferentes grupos políticos.
Esse cenário pode se repetir, em particular com o aparecimento e a multiplicação de pequenos partidos de inspiração religiosa ou tribal, algo denunciado pela ONU, que vê isto como "um importante fator de divisão".
Apesar de ser acusado de corrupção e de ter sido chamado de ditador por seus opositores, em particular pelos membros da minoria sunita –que se considera discriminada pelas autoridades xiitas–, Maliki continua sendo o favorito diante de uma oposição dividida e da ausência de um potencial sucessor, ressaltam os analistas e diplomatas.
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